O Orador: Confio em que se não esteja perdendo. Confio sinceramente nas palavras dos homens responsáveis, nas suas patrióticas intenções. Que elas correspondam inteiramente às acções.

Vozes: Muito bem, muito bem!

O Orad >r: Mas não se trata apenas, Sr. Presidente, de apresiar e intensificar a defesa militar, embora neste momento ela seja imperiosa e passe à frente de todos os planos e actividades.

Vozes: Muito bem, muito bem!

O Orador: Defesa que se impõe para proteger a vida. a propriedade, o trabalho de todos os portugueses, de qialquer raça ou condição social; para preservar a nossa maior força, que deriva do fraternal convívio de que tanto nos orgulhamos; para libertar de pressões ou de ameaças terroristas as populações pacíficas, sustentando a sua tradicional lealdade. Estou convencido de que a presença efectiva e decidida das forças df ordem há-de bastar para evitar uma grande parte deuses inales.

Vozes: Muito bem, muito bem!

O Orador: Mas não se trata apenas disso. E preciso seguir vigorosamente com os planos de desenvolvimento económiui e de .elevação social, entre os quais avulta o nunca por de mais apregoado povoamento. Para que os anos não passem e nós imo tenhamos sómente t-on-seguido passar o tempo.

Vozes . Muito bem, muito bem !

O Orador: Falo hoje, Sr. Presidente, com uma esperança renovada- pela disposição que sinto estar informando governantes e governados. E confio inteiramente, religiosamente, em que juntos e unidos havemos de, agora e sempre, continuar Portugal.

Tenho dito.

Vozes: Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Nunes Fernandes: Sr. Presidente: pedi a palavra, p:ira mandar para a Mesa o seguinte

Requerimento

«Tenlo chegado ao meu conhecimento que vai prooedtr-se à introdução no País de alguns milhões d*? litros de álcool vínico importado da França, requeiro, ao abrigo do Regimento, que, pelo Ministério da Economia, me sejam fornecidos elementos que me tranquilizem, nesta altura, em que a vinicultura atravessa uma grave crise. Esses elementos devem indicar as quantidades importadas e as razões de ordem económica que aconselharam esta operação».

O Sr. José Manuel da Costa: Sr. Presidente: coube-me a honra inesquecível de ter sido representante de Deputados e Procuradores na sessão inaugural da legislatura que hoje finda, respondendo então em vosso nome à solene mensagem do Chefe do Estado. Neste dia, último das nossas tarefas parlamentares, aqiii fica para V. Ex.ª, Sr. Presidente, uma renovada expressão do apreço e da gratidão de todos nós pela maneira suave e firme por que orientou e dirigiu os nossos trabal.ios, alguns dos quais foram melindrosos e delicados, susceptíveis de controvérsia, discutíveis mesmo para riem da discussão a que aqui foram sujeitos.

Deus nos perdoará onde acaso tenhamos errado e a Nação nos julgará e à rectidão de intenções com que sempre nos norteámos e em seu nome decidimos.

Para VV. Ex.íl", Srs. Deputados, quero ler uma palavra de agradecimento e outra de desculpa: agradecimento por ter sido u minha \ox aquela que em vosso nome se levantou no dia inaugural desta legislatura e desculpa por tão Immilde ter sido esse eco dos vossos propósitos, das vossas legítimas ansiedades, das vossas preocupações e responsai» 1 idades de representantes do povo português.

Julguei cabido esle pequeno exame de consciência, uma vez que. por circunstância perfeitamente ocasional, uso também da palavra nesta sessão de encerramento da YII Legislatura da Assembleia.

Hoje pedi a palavra, Sr. Presidenle, para render aqui aquela homenagem que está no coração de nós todos e é devida neste dia ao Sr. Presidente do Conselho pelo 33.º aniversário da sua ascensão a este glorioso e penoso calvário da governação pública.

Vozes: Muito bem, muito bem!

O Orador: Penso que ao Sr. Presidente do Conselho bastaria que todos nós lhe disséssemos apenas, e nada mais, duas simples palavras, mas essas bem saídas do fundo da nossa alma e consciência: «Gratidão» e «Fidelidade», sendo certo que tudo o mais corre o risco de ser retórica inoportuna e descabida..

Vozes: Muito bem, muito bem !

O Orador: Mas também creio que não devemos agoira -separar-nos sem uma afirmação, calorosa e clamorosa, da confiança, t-om que ingressamos à vida privada, na -sua I insubstituível chefia, nesta hora amarga e pesada da vida nacional.

Vozes: Muito bem, muito bem!

O Orador: Lembro-me de ter lido na dedicatória. de um livro de Gonzague de Reym>Lds, sobre os Gregos e os Romanas, esta frase lapidar e espantosamente verdadeira: «A Sakzair, que tem a sabedoria dos Gregos e a firmeza dos Romanos».

Poiis, Sr. Presidente, o que do wvsso ângulo de visão pode salva.r-sre anula no Munido só poderá ser salvo por ([liem disponha, nos tempos de hoje, da sabedoria dos Gregos e da firmeza dos Romanos, da fé dos cristãos -e da universalidade dos católicos, pois esse é o património essencial da civilização a que pertencemos e extinto o qual nos extinguimos também.

Vozes: Muito bem, muito bem !

O Orador: À sabedoria e à firmeza de Salazar estão entregues.e confiados oito .séculos de história e neles o nosso .presente de vida e de progresso, o nosso futuro de nação independente e livre.

Que peso, Sr. Presidente « Srs. Deputados, pesa assim sobre os ombros de um só homem, a quem todos

Sedimos e exigimos tanto e a quem tão pouco damos e esforço e de acção, de disciplina e obediência, de isenção e austeridade!

Vozes: Muito bem, muito bem !

O Orador: Não nos alonguemos, pois, em simples palavras d.e louvor e boa intenção, nem nos separemos hoje sem um voto colectivo e firme, ardente e verdadeiro: digamos daqui, com