O dinheiro entregue às Caísses d'Epargne pelos particulares, e que representa o seu aforro, é canalizado para a Caisse des Dépôts. Esta não pode dispor da totalidade, porque tem de estar sempre preparada para os levantamentos que venham a ser exigidos, mas pode aplicar parte dele em investimentos u curto, médio e longo prazo. Assim tem procedido, prestando importante auxílio na construção de habitações, no equipamento territorial e no crédito industrial e agrícola.

Ultimamente é mesmo no campo da construção habitacional que tem empregado maiores quantidades de capital, financiando sociedades particulares que têm levado a cabo a construção de verdadeiras cidades satélites. Contam-se já 80 000 casas construídas, em construção ou projectadas com o auxílio de capitais provenientes das Caísses d'Epargne.

O dinheiro depositado nas Caísses d'Epargne particulares rende um juro de 3,25 por cento e o depositado na Caísse National d'Epargue rende 3 por cento, ambos isentos de quaisquer impostos.

Com a diferença entre o juro pago aos particulares e o juro que rendem os capitais entregues a Caísse dês Dépôts constitui-se um fundo de reserva. É desse fundo que saem as grossas somas destinadas a publicidade e propaganda feitas nos jornais, na rádio, no cinema, na televisão, etc.

Graças a esta propaganda e aos quatro objectivos de simplicidade, segurança, disponibilidade e rentabilidade, sempre presentes no espírito de quem tem a seu cargo a gerência de tão importantes organismos, a expansão dos livreis d'épargne é cada vez maior.

No Bureau Central des Caisses d'Epargne pôde-se conhecer em pormenor o funcionamento das caixas de aforro e receber numeroso material de propaganda, como cartazes, pequenas brochuras, figuras sugestivas para divulgação das Caísses d'Epargue, etc., tudo de grande utilidade para se empreender entre nós a campanha necessária para interessar o público pelos certificados de aforro.

Pelo que respeita as instituições visitadas em Londres, que foram numerosas e de grande utilidade, parece curioso destacar o National Savings Committee e o National Debt Office.

O primeiro é um órgão oficial, com sede em Londres, destinado a criar e manter, em Inglaterra e no País de Gales, o espírito de aforro, tendo em vista os interesses do indivíduo e da colectividade. Foi criado em 1916 para ajudar a financiar a guerra de 1914-1918 e é constituído por cerca de 50 pessoas, todas actuando voluntariamente, das quais 20 representam regiões administrativas e 21 representam departamentos governamentais e outras organizações nacionais.

O National Savings Committee, além de dispor de um quadro de pessoal, com cerca de 650 funcionários, conta com o apoio voluntário de cerca de 1300 Local Savings Committees, cuja principal função é a de incentivar a criação de Savings Groups nos locais de trabalho ou de residência, nas escolas e junto de organizações sociais. Presentemente, existem cerca de 186 000 destes grupos, assim distribuídos:

No quadro seguinte apresentam-se, para os quatro primeiros grupos, o número de membros relativo a Março de 1959 e as quantias globais aforradas durante o ano de 1958-1959:

(a) Este número representa cerca de 16 por cento da população total.

Durante o ano de 1959-1960 a actividade do National Savings Committee envolveu uma despesa global de 96 708 contos, discriminada como segue (em contos):

voluntárias de divulgação .. 9 279

A acção do National Savings Committee exerce-se fundamentalmente através da publicidade. Esta é orientada com um duplo objectivo: ao mesmo tempo que se procura habilitar o indivíduo desde criança a tomar decisões judiciosas no domínio financeiro, incentiva-se o seu interesse por algumas modalidades de aplicação de aforros.

Presentemente as modalidades divulgadas são as seguintes:

libras (400 contos) por cada indivíduo e vencem o juro de 2,5 por cento ao ano.

No quadro que segue apresentam-se, para estas modalidades e relativamente ao ano de 1959-1960, as receitas e os pagamentos.