Problema financeiro; Lugar do Hospital-Faculdade no quadro dos hospitais do Pais; Solução prática do problema.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado,

O Sr. Urge) Horta: - Sr. Presidente: pedi a palavra para apresentar o seguinte

Requerimento

«Desejando ocupar-me numa das próximas sessões da Assembleia Nacional da função desempenhada pelo Aeródromo de Pedras Rubras, roqueiro a V. Ex.ª que, pelo Ministério das Cominicações, me sejam fornecidos os seguintes esclarecimentos:

1.º Qual o número de carreiras aéreas que tom seu início ou seu término no Aeródromo de Pedras Rubras;

2.º Qual o número e nome de carreiras e companhias aéreas que fazem escala pelo dito Aeródromo; Quais o número de aviões de transporte de passageiros que aterraram ou descolaram de Pedras Rubras e quantos passageiros se destinaram ou partiram dali dos anos de 1902-1953 até à data de hoje;

4.º Quais os tipos de avião de transporte que podem utilizar o dito campo de aviação;

5.º Quantos são os indivíduos que desempenham funções neste Aeródromo; quais as suas categorias e os seus vencimentos;

6.º Qual a classificação do campo em relação às companhias que possam vir a utilizá-lo;

7.º Qual a distância quilométrica a que ficam situados os aeródromos espanhóis em relação a Lisboa e ao Porto e situados mais perto da fronteira portuguesa; e

8.º Todos os elementos que haja possibilidade de fornecer para poder ocupar-me na Assembleia Nacional da solução dum caso de tão alta importância e magno interesse para a cidade do Porto e sua região».

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Acerca do aviso prévio apresentado pelo Sr. Deputado Cid dos Santos vou dar conhecimento imediatamente ao Governo da matéria nele contida e oportunamente será marcado para ordem do dia, supondo que o poderá ser para uma das nossas primeiras sessões.

Entretanto a matéria deste aviso prévio vai baixar às nossas Comissões de Educação Nacional e de Assistência, visto que os assuntos nele tratados dizem respeito à competência dessas Comissões.

O Sr. Miguel Bastos: -Sr. Presidente: ao usar pela primeira vez da palavra nesta legislatura rendo a V. Ex.ª as minhas sinceras homenagens de muita consideração e respeito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-A ninguém é fácil fugir à influência das grandes forças do espirito. E, dentre estas, o humano que em nós vive há-de particularmente tornar-se mais sensível àquelas que mais se dirigem ao pequeno mundo emotivo que em nós habita.

E porque isto é realmente assim, entre tudo eu quero agradecer as enormes provas de bondade que V. Ex.ª me deu durante os últimos quatro anos do nosso trabalho em comum, a mim, que fui, com certeza, o mais modesto colaborador deste alto órgão da soberania nacional.

Não apoiados,

Com vénia de V. Ex.ª, quero aproveitar este momento para dirigir a todos os Srs. Deputados uma palavra de cumprimento e saudação. Sinto que não tenho muito para oferecer na valorização do nosso trabalho em comum, mas julgo poder afirmar que tudo farei para ser digno deste nosso bom e amigo convívio.

Sr. Presidente: é já do conhecimento público ter uma importante empresa da cidade de Setúbal entregue ao Governo a vultosa quantia de 4 000 contos para auxiliar a construção do hospital regional daquela cidade, gesto a que correspondeu o Governo, tomando o compromisso de inscrever no orçamento do Ministério das Obras Públicas a importância de 11 000 contos. Fica, assim, assegurada a construção daquele hospital e com ele se alarga a grande mancha de protecção e amparo aos que sofrem.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Julgo de salientar aqui este facto pela lição que encerra.

Em primeiro lugar recorda aos que podem o vinco de um caminho tantas vezes aberto, mas nem sempre seguido.

Eu sei que a obrigação do uso honesto do supérfluo não se determina por razões de justiça comutativa, é antes imperativo que se põe em nome doutras virtudes, mas, quando o exercício daquela obrigação se despe de quaisquer outras preocupações e se apresenta com aspectos tão humanos e sociais como no caso que refiro, ergue-se em nós uma nova esperança nas grandes rotas da vida e a certeza de que o coração humano não está fechado aos grandes rumos da caridade e do amor.

Quem pelo seu trabalho, ou em consequência de circunstâncias especiais, granjeou o supérfluo, deve dele dispor sempre em proveito dos que mais precisam, como dádiva generosa de Deus, mas, quando as circunstâncias permitem que o façam sem que qualquer se sinta diminuído ou inferiorizado, estamos a bater no mais intimo o doloroso egoísmo dos nossos dias.

Este acto parece-mo constituir uma lição a meditar, uma lição a seguir!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar esta doação teve a assinalá-la uma circunstância que não resisto a referir.

O Sr. Antoine Velge, em nome da Societé Anqnyme de Produits et Engrais Chimiques du Portugal (Sapcc) - firma doadora -, disse que a decisão tomada o fora pelo desejo daquela empresa de testemunhar o seu reconhecimento a Portugal, após terem podido aqui viver vinte e cinco anos de equilíbrio, de calma, de paz social, vinte e cinco anos que foram para Portugal de uma ascensão contínua, sob a chefia do eminente Presidente do Conselho, o Sr. Prof. Doutor António de Oliveira Salazar.

Não quero dramatizar nada as circunstâncias. Mas parece-me oportuno não deixar esquecidas estas palavras. Um estrangeiro, filho duma grande nação de trabalho, após ter podido a sua empresa trabalhar vinte e cinco anos em calma e paz, traz aos Portugueses o seu reconhecimento e o seu testemunho. E ele próprio junta uma