Tenho na minha frente todos os informes, todas as indicações, que a Direcção-Geral da Aeronáutica .Civil me forneceu, e, ao examiná-los, cada vez se arreiga mais no meu espírito o convencimento firme de que o Aeroporto das Pedras Rubras pode e deve vir a ser um aeroporto internacional, não unicamente de recurso -e neste aspecto poucas ou nenhumas vezes tem sido utilizado - mas de actividade e função permanente, e não só destinado às carreiras entre Porto e Lisboa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os resultados destas carreiras são, perante a minha observação, animadores e outros seriam se outras carreiras se fizessem além da que está estabelecida. Para colher é necessário semear.

Eu vejo que em 1952 entraram 285 aviões e saíram 284, que transportaram para fora 3 312 passageiros, carga com o peso de 8 478,990 kg e correio com o peso de 890,226 kg e descarregaram no mesmo período do ano 3 905 passageiros, 8 416,775 kg de carga e 749,476 kg de correio.

Vejo, também, que em 1953 entraram 303 aviões e saíram 305, transportando, respectivamente, 3 318 e 4 061 passageiros, 7 243,644 kg e 14 584,019 kg de carga e 581,706 kg e 1 106,985 kg de correio.

Parece-me resultado animador aquele que a estatística acaba de fornecer-me, e se-lo-ia incomparavelmente melhor se o aeroporto tivesse a utilidade que nós pretendemos lhe seja dada.

Torna-se necessário conceder-lhe os aperfeiçoamentos indispensáveis para poder exercer, no Norte do País, a missão que é mister que desempenhe, transformando-o em porto internacional, onde algumas carreiras façam escala, satisfazendo assim legítimos interesses dos naturais dessa região -a mais populosa do País- e que nas suas deslocações aéreas são forçados a iniciá-las na capital, com manifesto agravo da sua economia.

Não se compreende, nem se aceita de bom grado, a inferioridade em que se encontra colocada a população do Norte do Pais perante os progressos tão notáveis da aviação, que tem de estender-se a região tão comercial e industrial como é aquela colocada entre o Mondego e o Minho.

Vozes: - Muito bem!

grande empreendimento.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A pista tem 1 500 III de extensão e, portanto, não poderá, para certos aviões, ser utilizada em plena carga destes. É necessário que ela tenha maior extensão.

Estão concluídos os estudos para o seu prolongamento até 2 000 m; e, como possui a resistência de pavimentação necessária por roda isolada simples de 35 t, ficaria em condições de receber quase todas as categorias de aviões, e especialmente os Douglas DC-3, DC-4, DC-6 e DC-6-B. Porque se não dá finalidade a esta obra?

Se o funcionamento do aeroporto com carreiras regulares internacionais exige pessoal mais numeroso e serviços aduaneiros e de sanidade, porque não se estabelecem tais serviços?

Sr. Presidente: não me cansarei de pedir ao Governo, que tão dignamente tem governado a Nação, que escute a voz do Porto -a voz do Norte- e que lhe mostre de uma vez para sempre que os seus problemas lhe têm merecido o mesmo interesse e o mesmo carinho que os problemas doutras regiões.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Azeredo Pereira: - Sr. Presidente: depois de um longo e vivo debate, que decorreu com muita elevação e brilho, concluiu-se, recentemente, nesta Casa a votação de uma proposta de lei do Governo sobre problemas da mais alta importância para a agricultura portuguesa.

A valorização de terrenos degradados ou em vias de empobrecimento por meio de arborização e a conservação do solo e sua defesa dos efeitos da erosão, sobre que nos pronunciámos, são problemas de autêntico interesse nacional.

O desconhecimento, porém, por parte da lavoura, dos processos e meios de combater tão terrível mal e a ignorância, por parte das populações rurais, dos métodos a adoptar na luta para a conservação e defesa do solo, tão expressivamente evidenciados, aliados às práticas rotineiras, fatalmente autorizadas pelo tempo, à ausência de processos de cultura racionais e de métodos e operações que a ciência dos factos e das experiências recomenda e, ainda, à necessidade de instruir os agric ultores nas práticas pecuárias que a moderna técnica ensina, por todos nós reconhecidas, levam-me a salientar aqui e a pôr em relevo a enorme falta, que se faz sentir, do ensino agrário na maior parte do País.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: permita-me V. Ex.ª que, resumidamente, exponha a história dessa velha Escola.