simplesmente espanto que, por exemplo, fora das barreiras do Porto a carne de vitela custe menos 5$ o quilograma do quê custa dentro da cidade.

A poucos metros de distancia de um do outro lugar o preço de carnes varia desta maneira.

E se atentarmos em que na cidade do Porto existe um grémio de comerciantes de carne que tem o exclusivo dos fornecimentos aos talhos e em que fora das barreiras o fornecimento é livre, temos de reconhecer, com mágoa e desapontamento, que esta diferença de preços é muito pouco lisonjeira para a existência e eficácia daquele organismo corporativo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nesta engrenagem das carnes há uma ou mais peças que funcionam muitíssimo mal.

Pois é necessário que passem a funcionar bem.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tem o Sr. Ministro da Economia sem nenhuma espécie de lisonja, pois só cora justiça o afirmo - realizado uma obra notabilíssima na gerência da sua pasta.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Só o Plano de Fomento seria mais do que suficiente para consagrar um governante.

Com firmeza e galhardia tem emendado erros e corrigido abusos.

Por isso daqui lhe requeiro que faça justiça aos míseros que tem de vender o gado barato o aos que são obrigados a comprar a carne por alto preço o elimine, ou meta, pelo menos, definitivamente na ordem os vampiros do sangue de uns e do outros.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Sr. Presidente: pedi a palavra para apresentar o seguinte

Requerimento

«A fim de oportunamente poder ocupar-me de alguns problemas, roqueiro que pelo Ministério da Economia me sejam fornecidos os elementos e as indicações seguintes : Fundamentos que levaram à fixação dos preços da batata de semente nacional e concepção em que se integra a política de protecção à batata de se vende entre nós;

2) Cópias de quaisquer relatórios ou estudos que tenham sido elaborados com vista a determinar o nível de preços ou autorização para que me soja facultada a sim consulta;

3) Preços por que chegou ao continente a batata de semente estrangeira nos últimos três anos, preços de venda a retalho que lhe foram fixados e composição dos mesmos;

4) Conta de cultura da batata de consumo numa região tipo de Bragança ou, na sua falta, na região da Beira, considerando que é utilizada batata de semente nacional aos preços fixados;

5) Se foi determinado que se procedesse a ensaios de adaptação no continente das culturas do algodão, tabaco e beterraba sacarina;

6) Na hipótese de tal ter sido ordenado, qual o objectivo que se teve em vista com essa decisão e quais as conclusões, mesmo provisórias, a que porvent ura só tenha chegado já».

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à.

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei sobre a colonização das zonas beneficiadas pelas obras de fomento hidroagrícola, concluídas ou em curso. Tem a palavra o Sr. Deputado Morais Alçada.

O Sr. Morais Alçada: - Sr. Presidente: ao falar pela primeira vez nesta legislatura, é dever imperioso da minha consciência saudar V. Ex.ª com as minhas respeitosas homenagens, pois que, exercendo V. Ex.ª esse alto cargo com aquelas virtudes de equilíbrio, de inteligência e de bom senso que o tornam Impar no saber e nos métodos de amainar os entrechoques de opiniões que numa Assembleia desta natureza fatalmente se hão-de desenhar, a todos escuta, a todos sossega com prudente conselho, a todos cumula com gentilezas próprias duma boa formação, e a tal ponto que, mercê desse alto sentido de acção da personalidade de V. Ex.ª, todos os elementos desta Camará têm por V. Ex.ª a consideração, o respeito e, posso dizer mesmo, a amizade de que, indubitavelmente, é merecedor.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A par dessas homenagens, Sr. Presidente, apresento a V.Ex.ª os meus cumprimentos pessoais de muita estima e a expressão sincera de reconhecimento, ato pelo bom aviso com que a palavra dos sentimentos generosos de V. Ex.ª, nesta ou naquela vez, me haja socorrido, e há de, por certo, continuar a socorrer. Os meus cumprimentes de gratidão, Sr. Presidente, dirijo-os a V. Ex.ª, e nestes votos, que evidentemente transcendem a fórmula, não faço mais do que integrar-me nos sentimentos gerais desta Casa e do Pais.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Para V. Ex.ª, antigos e novos Srs. Deputados, quero ainda ter uma palavra de cumprimentos, afirmando a todos que encontrarão sempre em mim, à falta de outros méritos,- um servidor leal e dedicado dos problemas que aqui nos ocupam, quais sejam, rigorosamente, os interesses do bem da comunidade nacional. Quando desses só trata, no futuro, como até agora, desconheço sobreposições de outros, lamentarei até que coincidências, porventura, haja. E estou convencido de que, integradas neste clima de pensamento moral - que é o que me convém e que, decerto, também preocupa VV. Ex.ªs -, as nossas relações hão-de exercer-se em ambiente de perfeita cordialidade.

Nestas saudações dirigidas a VV. Ex.ªs seja-me porém permitido incluir destacadamente, por claras razões gerais, a que se juntam outras de natureza pessoal, o Ex.mo Sr. Doutor Mário de Figueiredo, pois, desfrutando S. Ex.ª nesta Assembleia de posição de merecido relevo, pelo vigor da sua inteligência e da sua compleição moral, teimo em continuar a ver nele o meu mestre - o mestre da, para mini, tão querida Universidade de Coimbra, essa Universidade mercê da qual foi possível derramar sobre o País um travo de vida nova, regenerador e fecundo -, o meu mestre, sim, que, com outros não mais ilustres, soube orientar essa escola nas relações com os