Herculano Amorim Ferreira.

Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João Afonso Cid dos Santos.

João Alpoim Borges do Canto.

João Luís Augusto das Neves.

João Mendes da Costa Amaral.

Joaquim Dinis da Fonseca.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim de Moura Relvas.

Joaquim de Sousa Machado.

José Garcia Nunes Mexia.

José Guilherme de Melo e Castro.

José Maria Pereira Leite de Magalhães e Couto.

José dos Santos Bessa.

José Sarmento Vasconcelos e Castro.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís de Azeredo Pereira.

Luís Maria Lopes da Fonseca.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Maria Múrias Júnior.

Manuel Maria Vaz.

Manuel Monterroso Carneiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Trigueiros Sampaio. «

D. Maria Leonor Correia Botelho.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Beis.

Mário de Figueiredo.

Paulo Cancella de Abreu.

Ricardo Vaz Monteiro.

Rui de Andrade.

Sebastião Garcia Ramires.

Urgel Abílio Horta.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 78. Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 10 minutos.

O Sr. Presidente: - Vai ler-se o expediente.

Deu-se conta do seguinte

De S. Ex.ª Rev.ma o Arcebispo de Évora a apoiar as palavras do Sr. Deputado Bartplomeu Gromicho no sentido do que Évora não fique privada da Biblioteca da Manizola.

O Sr. Presidente: - Está na Mesa um ofício da Presidência do Conselho a comunicar que o Ministério da Economia determinou que se pusessem à disposição do Sr. Deputado Pinto Barriga os arquivos da Intendência-Geral dos Abastecimentos, de conformidade com o requerimento apresentado pelo mesmo Sr. Deputado na sessão de 19 de Janeiro último.

Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Paulo Cancella de Abreu.

O Sr. Paulo Cancella de Abreu: - Sr. Presidente: parece-me que a tribuna seria o lugar mais apropriado para eu saudar V. Ex.ª no início desta nova legislatura.

Não desejo, porém, demorar por mais tempo o cumprimento desse dever, e por isso agora o faço; e faço-o gostosamente, apresentando a V. Ex.ª as minhas sinceras e respeitosas homenagens.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: na sessão de 8 de Março de 1950, portanto há cerca de quatro anos, efectivei e foi generalizado um aviso prévio sobre a crise do turismo em Portugal.

Trabalho incompleto e imperfeito, sem dúvida; mas há-de reconhecer-se que melhor não podia esperar-se da falta de conhecimentos técnicos sobre muitos dos aspectos e modalidades de um problema de tamanha transcendência e envergadura, que, apesar do estudo, não era possível abarcar.

Mas trabalho honesto, que teve a valorizá-lo a intervenção de outros ilustres colegas, como o saudoso Dr. Antunes Guimarães e os Drs. Gastão Figueira, Bartolomeu Gromicho, Galiano Tavares, Alberto de Araújo, Cândido de Medeiros e outros.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O turismo, disso então, é uma arte: a arte de atrair, desenvolvendo e aperfeiçoando tudo o que possa influir para estimular o gosto do viajante. A arte de atrair e a arte de receber, ía mesmo a dizer que é uma ciência complicada, com características próprias e complexas, embora seja lugar-comum classificá-lo simplesmente como indústria.

A maior indústria de exportação francesa lhe chamou em 1949 o Ministro Pineau, ao contemplar a afluência de cerca de três milhões de turistas ao seu país.

Realmente, como grande fonte de «receitas invisíveis», através das divisas importadas, o turismo não pode deixar de ser encarado como factor de* grande vulto na política económica da Nação. Mas não podemos considerá-lo unicamente através deste prisma materialista e interesseiro. Se assim sucedesse, seríamos conduzidos a contemplar simplesmente um regime especial de trocas, tendo por expressão simbólica a proposta feita pelo representante de um país estrangeiro num congresso internacional de turismo: «por cada turista dar-lhe-emos, com sua licença, um porco!».

Um, porco bem cevado, decerto; e, assim, veja-se como é de arrobas o peso de um turista no equilíbrio da balança de pagamentos ...

Mas não. In médio virtus.

O turismo contém em si uma expressão social e política mais elevada e de manifesta projecção na política do espírito.

«Convívio espiritual entre povos diferentes, busca de conhecimentos e de motivos de compreensão entre pessoas de países que já se estimam e que entre si querem apertar laços de comunhão e amizade», lhe chamou o ilustre secretário nacional da Informação.

«Turismo de qualidade - acrescentou- deveremos nós oferecer aos nossos visitantes; turismo de conforto e de sossego, de alegria saudável e repousante».

Isto fez-me recordar um conceito do Prof. Ferreira de Mira, que já aqui reproduzi: «O Mundo é como um espelho: sorri-nos quando lhe sorrimos».

E, Sr. Presidente, para Portu gal sorrir ao Mundo não bastam os seus encantos. Para atrair o turista não basta cantar-lhe o fado, expor-lhe apitos de barro ou bonecos de trapo; é necessário, como sugerimos naquele e noutros debates, um somatório de providências -algumas já em começo de execução - sobre passaportes, vistos, facilidades aduaneiras e de permanência e trânsito