estrangeiros, por que motivo havia de desaproveitar-se a sua experiência, as provas dadas, quando se trata de pôr em funcionamento o Hospital Escolar?

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Creio, Sr. Presidente, que só há motivo para ratificar a confiança depositada até aqui no comando da política da saúde, que tem detido, com plena eficiência, o Sr. Ministro do Interior - e tanto no caso do Hospital Escolar como nos demais aspectos da política hospitalar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O problema que poderá pôr-se, que já tem sido posto, e com brilho, nesta Assembleia, é o de saber se, dado o desenvolvimento da política da assistência e da saúde, não deverão, a exemplo da generalidade dos países, destacar-se estes serviços do Ministério do Interior e criar-se o Ministério da Saúde.

Também já exprimi aqui o meu voto na matéria, seguindo Deputados com especial competência, como, segundo agora me recordo, o Prof. Cerqueira Gomes, o Br. Santos Bessa e o Dr. Moura Relvas.

Também já aqui defendi n necessidade de unificarmos toda a nossa política da saúde, no dia em que sé puder, com alguma segurança, estabelecer tuna planificação do respectivo financiamento, considerando todos os recursos públicos e privados, no dia em que puder saber-se, com segurança, com o que deve contar-se, por parte da previdência, uma vez vencidas as perplexidades, por certo construtivas, reveladas naquele sector.

Alas precisamente, Sr. Presidente, se vier a ser criado o Ministério da Saúde, e eu suponho, pelo andar das realidades, que não deverá tardar muito tempo, isso significa que o volume das realizações da política da saúde já é tal que já foi tão longe o estudo da sua problemática ao ponto de justificar um novo departamento de nível ministerial.

Foi sempre assim que aconteceu, em toda a parte. Se ainda houvesse pouco, se ainda estivéssemos na hesitação ou nos pequenos dissídios, não seria possível justificar o Ministério da Saúde. Honra, pois, às leis, às instituições e às pessoas que, pela sua obra já realizada, impõem a criação desse novo Ministério.

Vozes: - Muito bem!

uma verdadeira obra. Independentemente deste decreto, muitas melhorias locais foram já introduzidas nos hospitais existentes e procede-se, por vezes, a remodelações profundas, como acaba de suceder com o Banco de S. José. Por outro lado, o aspecto do reapetrechamento foi seriamente considerado a partir de uma certa data, e hoje julgo que este aspecto deixou de ser angustioso.

Pelo que então disse, renovo os meus cumprimentos ao Prof. Cid dos Santos, na confiança de uma boa colaboração que pode prestar a política de defesa da saúde dos Portugueses, graças, a Deus entregue em boas mãos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Baltasar de Sousa: - Sr. Presidente: como é de uso e de direito, as minhas primeiras palavras dirigem-se a V. Ex.ª, a quem apresento os mais respeitosos cumprimentos, em preito de homenagem que, muito gostosamente, cumpro.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Saúdo, também, os ilustres Deputados, garantindo-lhes o meu maior apreço e a mais leal e firme, ainda que modesta, colaboração.

Não me alongarei em considerações, que seriam oportunas para definir a posição de quem se estreia nesta Casa, por já anteriormente terem sido produzidas, na mesma intenção e no mesmo espírito, pelo Deputado Camilo de Mendonça. Apenas sublinharei a gratidão dos «novos» pela simpatia com que, desde a sua aparição nesta Câmara, por V. Ex.ª, Sr. Presidente, e por todos, têm sido distinguidos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Ao iniciar a apreciação do aviso prévio que estamos a considerar quero ainda dirigir os meus cumprimentos ao seu autor. Tive a honra de trabalhar no serviço dirigido por S. Ex.ª e tenho tido o gosto de admirar a sua notável actividade cientifica e de acompanhar o sen labor na cátedra, onde, com raro dinamismo e esclarecido critério, se tem mostrado digno continuador de seu pai, mestre inesquecível de gerações de médicos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- S. Ex.ª, ao trazer à Assembleia este aviso prévio sobre questões que, como médico e professor, muito o preocupam, prolongou até nós o serviço devotado da sua cátedra. Falando como técnico, o Sr. Deputado Cid dos Santos chamou a atenção desta Assembleia política para a importância que revestem os problemas relacionados com o Hospital Escolar de Lisboa, nos diversos aspectos que desta feita considerou.

Atrevo-me, por minha vez, a entrar no debate aberto - não obstante o relevo das personalidades nele intervenientes, figuras destacadas da medicina, de que sou obscuro servidor, e o risco de vos enfadar com repetições - tão-somente para dar a achega de um novo, porventura com mais viva recordação do passado escolar e mais recente experiência nos primeiros passos da formatura. Por outro lado, o meu pendor para as coisas sociais penso que poderá trazer algum contributo à visão integral do problema em causa.

Antes de mais, Sr. Presidente, felicitemo-nos e felicitemos o Governo por termos à nossa frente uma obra de inegável grandiosidade, na concepção, na realização, na sua futura utilidade, que, efectivamente, «honra o país onde foi edificada».