indica que, efectivamente, domina a razão maior de atribuir a administração a órgão diferente do corpo médico - ainda que este se faça representar, como é forçoso -, dentro do critério já assinalado de centralização, de racionalização e de economia dós serviços.

No nosso caso, não só o regime não é novo - antes da Lei n.º 1 785; de Junho de 1920, era o que vigorava- como está consagrado pela letra da lei, lei que teve o parecer da Câmara Corporativa, de que foi brilhante relator o Prof. Reinaldo dos Santos, e mereceu a aprovação desta Assembleia.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O tempo vai adiantado e não me alongarei neste particular, que foi analisado mais fundamente por outros oradores. Direi apenas que a autonomia administrativa dos serviços dependentes da Faculdade ao se justifica em relação aos institutos e sectores de natureza predominantemente docente ou de investigação científica, em que a gestão seja relativamente simples. E direi mais, que confio na superior e esclarecida inteligência de S. Ex.ª o Ministro do Interior e na sua capacidade de organização, comprovadas no espírito e nas obras de que a Nação já lhe é devedora.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Este aspecto em debate tem sido, como é natural, muito discutido e a tal ponto que chega a pôr-se nesta base, como se vê em L'Hópital Français, e Thoillier:

Não há dúvida de que o ensino da medicina reclama reformas de estrutura extremamente profundas e que a mais importante deve ser a do estatuto do ensino hospitalar.

A maneira mais radical de fazer desaparecer o dualismo que separa o ensino da Faculdade, dependente do Ministério da Educação Nacional,- e o ensino dos hospitais, dependente da saúde pública, será confiar a esta última o encargo de todos os estudos médicos.

A ligação da medicina à instrução pública é o vestígio de um passado onde os estudos médicos eram puramente escolásticos e filosóficos. São, hoje em dia, os estudos profissionais e os do Ministério que tem à sua conta a direcção da saúde pública que deveriam prevalecer.

Nós não iremos tão longe, como é evidente, mas melhor compreendemos o que, afinal, está em jogo quando o S dos Santos e Cerqueira Gomes, quer a Assembleia Nacional, em várias intervenções, em que sobressaem as do último referido, ilustre bastonário da Ordem dos Médicos, têm defendido a necessidade inadiável de reunir saúde, assistência e previdência sob uma direcção única. E o Ministério da Saúde, tão falado.

Vozes: - Muito bem!

esa, que julgo constituir para a Nação justo título de orgulho e de respeito!

E, em correspondência, saibam os médicos abandonar os mesquinhos particularismos e personalismos que os dividem e os diminuem, ganhando em altura, em união, em dignificação profissional, em espírito de corpo, sendo, cada vez mais, a conhecedores de homens e condutores de almas», no sacerdócio a quê se votaram, honrando a Pátria, ao serviço da Humanidade!

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

O debate continuará na sessão de amanhã e terá a mesma ordem do dia de hoje. Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas.