O Sr. Cid dos Santos: - Sr. Presidente: imo me foi possível redigir esta resposta e terei, pois, que improvisar sobre uma razão de ordem, o que não me agrada muito, perante a responsabilidade da posição que tomei nesta Assembleia. Peço que me perdoem os defeitos de expressão e a incompleta exposição das ideias.

Em primeiro lugar, e para que a Assembleia se aperceba desde já da linha geral da minha resposta, quem referir-me à forma como este aviso prévio foi encarado nas sucessivas intervenções a que assistimos. Infelizmente não creio que ele tenha sido encarado segundo a matéria fundamental nele contida. O aviso prévio não Constitui uma crítica à obra do Governo; ainda menos constitui uma apresentação de problemas múltiplos e técnicos a Assembleia para esta os apreciar e resolver sobre-a melhor forma de dar uma solução a cada um.

Também não pretendi abordar no aviso prévio os grandes problemas gerais, tais como o da enfermagem, do ensino médico, etc., reservados para outros possíveis avisos prévios, mas apenas os encarei naquilo que directamente se relaciona com o assunto posto à discussão - a orientação a dar à fase final preparatória da vida do Hospital Faculdade.

Porque o edifício se encontra já construído, a beira de iniciar a sua vida, e porque os erros e faltas a corrigir têm. de o ser agora e não dentro de pouco tempo. De outro modo, e à medida que a máquina que actualmente está a funcionar prosseguir na sua acção, mais insuperáveis se tornarão as dificuldades a vencer; maior será o número de faltas definitivos.

For esta a razão por que eu trouxe aqui, antes das questões gerais, o problema do Hospital-Faculdade.

Houve talvez uma insuficiência de clareza na minha exposição, mas notou-se naqueles que aqui falaram um indiscutível e acentuado grau de incompreensão do que no aviso fora dito.

Até que ponto, se me permitem dizê-lo, a política, a que eu sou alheio, interveio nestas interpretações não o sei dizer, mas pare ce-me que a sua presença se afirmou constantemente, nas orientações das críticas, nos desvios das questões, nas afirmações o, mão menos eloquentemente, aios silêncios.

Não quero deixar, todavia, de exprimir ao Sr. Pa

O Sr. Melo e Castro: - V. Ex.ª leu o texto do meu discurso?

O Orador: - Reli-o.

O Sr. Melo e Castro: - Mas leu mesmo o texto?

O Orador: - Reli-o.

Vamos agora a repor a questão. Como eu disse à Assembleia, o caso apresentado é muito circunscrito e a razão por que o apresentei isoladamente foi, repito, a circunstancia de o edifício já estar construído, à organização já estar em marcha e ser preciso corrigir o que nela há de errado, para evitar os faltas evitáveis.

Qual foi a base do aviso? Consistiu numa série de problemas que eu quis mostrar à Assembleia que não estavam em via de uma boa solução ou que mesmo não tinham ainda uma solução, quando neste momento já a deveriam ter.

Referi-me ao problema da disposição das clínicas, procurando demonstrar que essa disposição poderia ser melhor do que a actual, sem que para isso fosse necessário fazer obras especiais.

Referi-me ao problema da atribuição dos serviços que não têm ainda quadro estabelecido.

Pareceu-me, através das diversas intervenções, principalmente a do meu amigo Sr. Deputado Dr. Santos Bessa, que a frase asem dono não agradou muito, mas eu e xplico que o sentido dessa expressão era o de que se tratava de serviços que não tinham ainda quadro de direcção estabelecido. Por isso os considero sem dono. Não sei que outra misteriosa, interpretação lhe pode ter sido atribuída. Só quero dizer: - Quem é que os vai dirigir?

Foi o problema das duplicações, em que não critiquei se elas se justificam ou não, mas apenas disse que tinham de ser encaradas e reguladas. Foi o problema dos quadros da Faculdade e da sua adaptação às diversas secções do edifício, o que não está feito.

São os diferentes problemas que não estão resolvidos: problemas dos laboratórios, dos arquivos, do banco, consultas externas, bibliotecas, fotografia e desenhos, administrações e outros.

São também os problemas dos quadros de pessoal não médico e da enfermagem, os do recrutamento, os dos regulamentos, os quadros das direcções, as necessidades de articular tudo isto, o estudo das possibilidades financeira as, de que não se faz a mais pequen a ideia.

Foi a passagem hospitalar para o Ministério da Educação Nacional.

Estes pontos que acabo de referir, e que contêm a grande massa do meu aviso prévio, não foram considerados como deviam ou sobre eles apenas se notou o silêncio.

Pode dizer-se que o aviso prévio foca essencialmente dois aspectos diferentes:

1.º O da passagem do Hospital para o Ministério da Educação Nacional;

2.º O da solução a adoptar para que a orientação dos problemas e a correcção das faltas verificadas no edifício do Hospital Escolar e na sua organização sejam encaradas em conjunto e por pessoas competentes.

A passagem dó Hospital Escolar para o Ministério da Educação Nacional foi realmente o único ponto que aqui se debateu e se discutiu e, de uma maneira geral, por unanimidade de todos aqueles que aqui falaram notou-se uma nítida oposição à incorporação do Hospital no Ministério da Educação Nacional. Compreendo perfeitamente a divergência.

A razão que me levou a propor a passagem do Hospital para a Faculdade foi a seguinte:

1.º A concepção administrativa e geral de um hospital que está ligado directamente ao ensino não pode ser, de modo nenhum, idêntica à de um hospital geral. O erro é o de se querer comparar um com o outro, dizendo que am-