bos têm como fim comum a assistência aos doentes. Estamos de acordo em que têm como fim á assistência aos doentes, mas a forma como essa assistência è prestada, sob o ponto de vista da forma como é encarada, é totalmente diversa.

Não podemos comparar hospitais com funções de ensino e investigarão com hospitais clínicos gerais;

2.º Ouvi comparar o casto da cama de um hospital geral um o custo da cama de um hospital escolar. Ora se eles forem iguais, o hospital escolar não teia cumprido a sua missão;

O Sr. Mário de Figueiredo: - Apoiado.

O Orador: - O doente de um hospital escolar sai mais caro; se assim não for, é porque os doentes não são estudados como o deveriam ou porque a investigação é inexistente ou mínima.

3.º No edifício comum criado propositadamente para a coexistência da Faculdade, dos institutos e do seu hospital vamos introduzir duas administrações. Não é em dois edifícios separados, mas no mesmo edifício, no mesmo corredor, que as duas administrações vão coexistir, vamos encontrá-las nas secções comuns, vamos assistir aos pontos de vista divergentes em que a Educação repele para o Interior aquilo que o Interior repele para a Educação.

O Sr. Moura Relvas: - V. Ex.ª disse, se entendi bem, que não está indicado que no mesmo edifício funcionem repartições de índole diferente. Foi esta a ideia de V. Ex.ª?

O Orador: - Aqui não se trata bem de repartições do Estado.

O Sr. Moura Relvas: - Se V. Ex.ª quiser, posso escolher outro termo; mas não encontramos muitos serviços de índole diferente em muitas câmaras municipais, como, por exemplo, a Repartição de Finanças, o Tribunal, etc., e portanto no Hospital Escolar haver uma direcção científica e uma direcção administrativa não tem nada de especial?

O Orador: - Se V. Ex.ª me der licença, responderei no fim, se for necessário.

Eu disse que num edifício comum, onde os problemas estão muito intrincados, fatalmente essas dificuldades hão-de surgir, porque elas surgem por toda a parte onde isso está realizado:

E um facto que a maior porte dos hospitais escolares do mundo está entregue ao Ministério da Saúde, e em muito poucos países ao Ministério da Educação. Mas também é um facto que em todos os serviços escolares onde trabalhei ou que visitei sempre ouvi queixas sobre esta duplicação.

Mas não posso deixar de reconhecer que se quase sempre a administração dos hospitais escolares depende de um Ministério que não é o da Educação, isso é uma prova de que o método não conduz a resultados catastróficos. Tudo está na maneira como, o problema for resolvido. É possível que a criação de um Ministério da Saúde possa constituir um benefício, pois que actualmente os problemas de assistência estão englobados num .Ministério essencialmente político e forçosamente terão de sofrer as repercussões de ste campo sobre a orientação que lhes é dada.

Mas ainda mais importante será a constituição de uma administração autónoma dependente do respectivo Ministério (Interior ou Saúde) com um regulamento bem estudado para se articular com a parte dependente do Ministério da Educação. Muitas dificuldades e atritos poderão assim desaparecer.

Não quero, de modo nenhum, ser considerado um irredutível.

A minha finalidade é que se façam as coisas bem.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Também não quero deixar de chamar a atenção da Assembleia para outro aspecto das confusões que aqui se estabeleceram. Discutiu-se no decurso do debate sobre a utilidade e os defeitos de a direcção administrativa do Hospital Escolar ficar a cargo de um professor.

Nunca pus este problema a Assembleia: é preciso não confundir, nem me parece que se possa confundir, a colocação do Hospital Escolar no Ministério da Educação Nacional com o* entrega da sua direcção a um professor.

A administração pode e deve ser dirigida por técnicos de administração hospitalar, não por professores, e como o Prof. Almeida Garret já aqui o declarou deve constituir-se um conselho técnico de professores, que deverá articular-se perfeitamente com o conselho administrativo para tratar dos aspectos clínicos e pedagógicos relacionados com o Hospital.

Uma vez bem estabelecida a necessidade de um conselho administrativo com carácter técnico nada impede que um professor da Faculdade assuma o lugar d« director apenas com funções coordenadoras para facilitar a articulação entro o conselho administrativo, o conselho técnico e os Ministérios de que depende u organização do Hospital-Faculdade.

Entendo que neste ponto não preciso insistir nem forçar a nota.

O Sr. Pereira da Conceição: - O que V. Ex.ª põe é afinal um problema de organização.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Basta que a Assembleia tome conhecimento do facto, para o qual eu próprio não apresentei, de resto, qualquer solução.

Vozes: - Muito bem!