quiser ou disso tiver necessidade, destruir os elementos neles existentes ou até inundá-los total ou parcialmente. E agora acrescentarei que essa crítica se baseia em factos reais e perfeitamente comprovados e não em fantasias, que a minha dignidade de Deputado e o respeito devido a V. Ex.a proibiriam.

Vozes: - Muito bem!

pé e nem o optimismo da expropriante poderá dar sossego e tranquilidade à gente das Veigas de Vilar e de Rio Caldo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Sr. Presidente: a opinião pública segue sempre com vivo interesse as grandes questões nacionais aqui tratadas e talvez por vezes mais ainda as de alcance regional, sobretudo, quando envolvem razões de justiça.

Não por mim, evidentemente, mas pela justiça da causa, a minha intervenção de 9 de Fevereiro teve alguma repercussão, que ultrapassou o meio directamente interessado.

Senti-o através das pessoas que sé me dirigiram, pulo número e pela qualidade dessas pessoas.

Não esqueço a bondade e a benevolência com que me falaram o venerando prelado da Arquidiocese, profundo conhecedor dos problemas espirituais- e materiais do rebanho que pastoreia, o ilustre governador civil de Braga e alguns dos competentes técnicos que intervieram em avaliações judiciais e extrajudiciais.

Agradeço-lhes a espontaneidade e a perfeita compreensão do problema que aqui tratei.

Valha-me isso como compensação dos aborrecimentos que já sofri e daqueles que, porventura, venha a sofrer.

Sr. Presidente: a exposição enviada a esta Assembleia pela Hidro-Eléctrica do Cávado e por ela levada ao conhecimento do grande público através de o O Primeiro de Janeiro força a encarar o problema dos expropriações para a albufeira da Caniçada sob um aspecto diferente do focado há dias.

A expropriante, de cuja boa fé não duvido, e para isso bastará atentar a que na sua administração, a por de pessoas que não conheço, estuo outras que pela sua integridade moral se impõem ao respeito e consideração de toda a gente, deve laborar num lamentável equívoco, e digo lamentável porque esse equívoco é, em minha opinião, o causador de tudo o que se tem passado na zona da Caniçada.

E esse equívoco é o da realidade da avaliação dos terrenos a que ela própria mandou proceder.

Os números agora conhecidos dizem-nos alguma coisa, explicam-nos talvez muitas coisas.

Ficou a saber-se pela exposição da expropriante que no total das parcelas cadastradas corre sponde um valor de 32 000 contos.

E logo em mim, como em todas as pessoas de boa fé, que conhecem bem a área dos terrenos a inundar, a sua riqueza e o critério de determinação do valor da propriedade no Minho e em outras regiões de características idênticas, surgiram fortes dúvidas só esse quantitativo por que, segundo diz, a expropriante tem pago os campos, as bouças, as casas, as indústrias e o comércio estaria conforme as realidades.

E pareceu-nos que não.

Vou explicar porquê:

A simples apreciação da grandeza da área a inundar, que deve andar por 500 ha - não possuo números exactos, mas reporto-me à área da albufeira de Salamonde, que abrange 242 há -, causa-nos logo a incerteza sobre se aquela vastidão de terra com tudo o que nela está implantado possa valer tanto como, por exemplo, um prédio na capital do Império.

Mas, verdadeiramente, o argumento só por si pouco vale.

Procuremos outro melhor. Vamos ao critério do rendimento.

É sabido que o os 8 000 contos restantes?

Vozes: - Muito bem!

e extrajudicialmente l 230, num volume de 22 500 contos, faltando 470, equivalentes a 9 500 contos.