Parece haver campo para introduzir outros produtos nacionais e algumas tentativas já têm tido êxito.

Por outro lado, há importações que bem podem ser cobertas pela produção nacional, metropolitana e ultramarina, como o algodão, 'tabaco e outras, e até os cereais. As exportações dividiram-se do modo seguinte:

(Ver tabela na imagem)

Como já se havia notado nas importações, houve progresso no comércio com o ultramar, o qual já hoje consome 25 por cento das exportações metropolitanas.

E acentuado o declínio com os países participantes desde 1938 - ano em que bem mais de metade das exportações se dirigiu paira a Europa.

Não há paralelismo, neste aspecto, entre as importações e exportações para a Europa, como indicam as percentagens.

Em 1952 comprámos à Europa perto de 5 milhões de contos de mercadorias e apenas lhe vendemos 2 377 000 contos. Insiste-se no assunto todos os anos neste relatório, depois do apêndice ao parecer de 1946, porque o comércio externo tem uma importância fundamental na vida económica.

Deve fazer-se o possível para estreitar ainda mais as relações comerciais com o ultramar e procurar mercados fora da zona europeia para os produtos nacionais. A América do Sul está naturalmente indicada, e só dificuldades monetárias parecem impedir o desenvolvimento possível.

Balança de pagamentos Um exame retrospectivo do comércio externo indica que o principal factor na balança de pagamentos é o déficit do comércio externo metropolitano.

Podem sumariar-se as tendências do déficit da balança do comércio nos números seguintes:

(Ver tabela na imagem)

Nota-se logo que houve três anos - 1941, 1942 e 1943 - em que o saldo da balança comercial foi fortemente positivo.As exportações de guerra e a quase impossibilidade .de importar muitos produtos levaram àqueles resultados.

Mas o período pós-guerra foi catastrófico, sobretudo a partir de 1946. A guerra da Coreia melhorou um pouco o déficit, reduzindo-o para menos de 2 milhões de contos em 1951, mas já se agravou neste ano.

O estudo da balança de pagamentos, feito em pareceres anteriores, revela os factos na sua nudez. Transparece a necessidade de aumentar, tanto quanto possível, a produção de géneros essenciais ao consumo e para exportar. Mas neste último caso, dada a concorrência externa, só um grande aumento na produtividade tornará possível melhoria apreciável. A balança de pagamentos é auxiliada pelo grande saldo de invisíveis de origem diversa - as remessas da emigração, as remessas e negócios ultramarinos e transferências de outra origem. Em exame dos saldos dos invisíveis, desde o princípio da guerra, mostra a sua grande influência na vida económica portuguesa. Cobriu amplamente os deficits da balança comercial, que, como se verificou acima, apresentam saldos negativos quase todos os anos.

Em 1952 a balança de pagamentos para a metrópole e ultramar pode resumir-se assim, conforme relatório do Banco de Portugal:

Metrópole (a)............ -3 380

Ultramar (b)............. +1 100

Balança de invisíveis.... + 2 701

(a) Importação C. I. F.; exportação F. O. B.

(b) Valores provisórios.