O conjunto das despesas As despesas ordinárias e extraordinárias arredondaram-se em 5 852 000 contos, mais 247 000 do que no ano anterior. Viu-se acima que o aumento das receitas foi de 253 000 contos. Houve quase identidade nos acréscimos da despesa e da receita, quando se consideram os números totais.

A diferença importante é, porém, esta: enquanto que a receita ordinária se fixou em 5 808 000 contos, a despesa ordinária passou para 4 514 000. Numa o aumento foi de 281 000 contos, na outra de 144 000.

Houve assim um atraso no acréscimo da despesa em relação, ao da receita, o que ocasionou subida no excesso de uma sobre a outra. Os números certos para os dois anos são os que seguem:

(Ver tabela na imagem)

Os 247 000 contos de aumento nas despesas do Estado repartiram-se pelas ordinárias e extraordinárias, na proporção aproximada de 60 e 40 por cento.

Por outro lado, a subida no conjunto das receitas compensou, ainda com excesso, o total das despesas.

Já se comentou largamente o significado das cifras no tempo e na relatividade do seu valor intrínseco, dada a evolução dos preços. Devem portanto ser tomadas em consideração as reservas já postas ao analisar as séries que exprimem comparações.

Contudo vale a pena marcar algumas cifras e relacioná-las com o período anterior à guerra.

No quadro seguinte indicam-se as relativas a alguns

anos:

(Ver tabela na imagem)

Nota-se que em 1948 as despesas totais foram um pouco inferiores as de 1952. O facto deve-se, sobretudo, às extraordinárias, que quase se aproximaram de 2 milhões de contos naquele ano. Nos pareceres relativos às gerências de 1948 e 1949 determinaram-se as causas de tão grandes gastos extraordinários e tentou-se dar uma resenha das suas consequências, que não foram boas para a vida financeira do País.

O progresso das despesas ordinárias, como acima analisado, é inevitável, e na introdução se indicaram as razões. Mas a sua dependência das receitas ordinárias é um imperativo constitucional, porque não pode haver equilíbrio de contas com receitas ordinárias inferiores a idênticas despesas.

As diferenças em geral são grandes e sempre no sentido de grande excesso das receitas. Um aspecto de interesse, quando se analisam, as despesas, é a sua relatividade com idênticas despesas nos anos anteriores e também a sua comparação com receitas e seus aumentos de gerência para gerência.

O fenómeno da variação de receitas e despesas desde 1938 ressalta; claramente, do quadro que se segue, em contos:

(Ver quadro na imagem)