141. Além do ensino primário, com o número de alunos já mencionado, o ensino normal primário oficial tinha 2 016 alunos, repartido por quinze escolas: Braga, Bragança, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Lisboa, Porto, Vila Real, Viseu, Angra do Heroísmo, Horta, Ponta Delgada e Funchal. Existe, além disso, uma escola particular em Castelo Branco.

As escolas normais são muito irregularmente frequentadas. Assim, os números seguintes dão ideia da frequência e do número de professores em 1952:

Há aqui uma nota que convém analisar: é a pouca frequência das escolas de Lisboa, apenas com 185 alunos e 21 professores, enquanto, por exemplo, as de Coimbra e Évora têm mais de 190 alunos cada uma, com menos de metade dos professores.

Talvez fosse ocasião de, sem aumento de despesa, satisfazer direitos que, quando se criaram as escolas,. não foram vistos com a justiça devida a uma região onde tradicionalmente se recrutavam professores primários. A questão da remuneração do ensino primário tem sido diversas vezes tratada na Assembleia, e, na verdade, parece haver um fundo de justiça em muito do que se tem escrito sobre o assunto. Não é fácil o problema, dada a insuficiência das receitas e por ser numerosa a classe. Mesmo um pequeno aumento se repercutiria bastante nas contas, além dos efeitos nas verbas das classes inactivas.

Se fosse considerada impossível uma acentuada modificação nas actuais remunerações, talvez fossem praticáveis melhorias, por exemplo, nos delegados escolares, em cada concelho.

Eles recebem hoje uma pequena gratificação mensal que não compensa o trabalho de expediente, realmente considerável nalguns casos. Costumam ser recrutados entre os professores mais distintos dos concelhos. A concessão de maiores gratificações, além de justa, seria incentivo porventura para mais de 10 por cento doa professores. Como a acção dos regentes precisa de ser vigiada, talvez que os próprios delegados pudessem ser encarregados dessa vigilância.

Todos estes problemas são importantes para a eficiência do ensino, e por isso se deixam anotadas estas considerações, que necessitam de estudo cuidadoso antes, de se resolver sobre a sua praticabilidade.

e saúde escolar Continuou a aumentar a despesa destes serviços, que atingiu 7 742 contos.

O principal acréscimo deu-se na Direcção-Geral. A maior valia proveio da comparticipação de Portugal nos Jogos Olímpicos -cerca de l 500 contos - inscreveu-se na rubrica de «Subsídios a cofres ou organizações metropolitanas, ultramarinas ou estrangeiras». O desenvolvimento assumido por este Ministério e a sua importância no quadro da vida nacional traduzem-se um pouco nas contas, embora o aumento da despesa, desde 1938, não tenha sido por aí além, pois passou de 52 000 contos para 171 000 -: um pouco mais do triplo.

Já por diversas vezes, na longa série de pareceres, se chamou a atenção para a importância da obra de que este Ministério deveria ser o principal agente e da necessidade de estabelecer estreita coordenação entre as suas dependências e nas relações que elas devem manter com serviços de outros Ministérios. Não têm sido muito eficazes os apelos dos pareceres das contas e de outros escritos oficiais ou semioficiais e de esferas particulares no mesmo sentido.

As vezes não se compreende bem a razão deste individualismo, que parece fundamentar-se mais em opiniões pessoais do que propriamente em outra coisa.

E assim é que se notam atrasos no aproveitamento de possibilidades e se não ajustam realizações de departamentos do Estado com objectivos que deviam ser idênticos. Sofre o País com isso, através da sua economia.

A culpa muitas vezes não é dos seus orientadores. Há quem a atribua ao feitio exclusivista dos diversos departamentos, que muitas vezes olham a sua própria obra e se esquecem de que ela é apenas um elo na cadeia de anéis que formam o conjunto.

Ora a economia nacional, a economia de uma nação com províncias, populações, interesses e produções que se estendem por muitos continentes, é um conjunto. Valeria a pena fazer um esforço sério de coordenação,