Administração-Geral dos Correios, O desenvolvimento das receitas dos CTT tem vindo a acentuar-se desde o fim da guerra. Atingiu cifra bastante superior a 400 000 contos em 1952 - mais do dobro de 1945.

As razões que motivaram tão grande acréscimo na receita são de duas ordens: a primeira é o natural desenvolvimento dos serviços que produzem receitas, sobretudo no caso da rede telefónica, que tem aumentado bastante; a segunda, que é a mais importante, provém do aumento de taxas postais e outras em fins e 1948.

As receitas ainda hão-de crescer. Nos dois últimos anos o acréscimo andou à roda de 35 000 contos, e adiante se verificará onde ele se deu.

Examinadas as condições do tráfego e estudados os índices económicos que caracterizam actividades industriais e comerciais, nota-se a incidência destas sobre as receitas deste organismo. No caso actual nunca podem ser feitas comparações, porque há sempre um factor novo a perturbá-las, que é o próprio alargamento da rede telefónica.

A densidade da rede é ainda baixa, embora já seja hoje mais extensa e compreenda os principais centros populacionais, incluindo cidades e vilas. Mas ainda há grande número de aldeias sem telefone, e é natural que a sua instalação nos pequenos aglomerados populacionais concorra para um melhor rendimento da rede que já existe. Quer dizer: a extensão da rede provoca melhoria de receitas nas estacões já existentes.

O problema dos OTT não diz respeito apenas à sua exploração. Está ligado a outros, entre os quais tem importância decisiva o problema financeiro - o da existência de disponibilidades adequadas para inversão em obras de 1.° estabelecimento.

Uma comparação feita pêlos serviços entre as densidades telefónicas em Portugal, a partir de 1939, e nos países estrangeiros mostra algumas anomalias sérias.

Em 1930 o número de postos telefónicos por 100 habitantes, incluindo os CTT e as empresas particulares, não passava de 0,5; subiu para 2,2 em 1952. A França atingiu a densidade de 2 em 1927 e outros países europeus, como a Suécia, já a haviam atingido nos princípios do século.

O progresso em Portugal de 0,5 para 2,2 desde 1930 não foi grande, mas deve notar-se que comparações nesta matéria com países bem mais desenvolvidos economicamente podem induzir em erro e levar a conclusões ilusórias.

Em 1951 as densidades da Alemanha e França eram de 5,7 e 6,2, respectivamente, e a primeira havia atingido em 1913 os 2 por 100 a que se alude acima.

As comparações, a fazerem-se, deverão incluir países de características idênticas a Portugal.

Seja como for, deve acentuar-se que o desenvolvimento da rede telefónica (densidade de 2,2 em 1952) ainda não é o que deveria ser, e carece ser possível aumentá-la apreciavelmente nos próximos anos, o que convirá fazer-se. Mas nunca deve ser esquecido que a vida financeira dos CTT está ligada à vida económica do País e que o seu natural desenvolvimento deve realizar-se em coordenação com as circunstâncias gerais da produção e outras actividades nacionais. Houve progresso sensível nas receitas, que atingiram 434 000 contos - números redondos. Ás receitas têm permitido o desvio de verbas elevadas para o fundo de reserva, e este tem sido utilizado na melhoria e aumento da rede. Mais de metade das receitas provém dos serviços postais e mais de um terço deriva dos rendimentos dos telefones, que têm vindo a crescer gradualmente.

O quadro seguinte dá nota das receitas totais dos CTT desde a gerência de 1933-1934 e indica sucintamente a sua ascensão no período de perto de dezanove anos que decorreu desde aquele ano:

(a) Os elementos para 1958 (referências numéricas) foram extraídos das contas de gerência de 1952, publicadas no suplemento ao Diário do Governo, 2.ª série ,29 de Outubro de 1953

Nota-se que as receitas de 1952 atingiram quase o quádruplo das cobranças em 1938(433879, contra 111 097 contos). Sem entrar agora na minúcia das causas da desproporção entre o coeficiente de desvalori-