Mostram-se na tabela os números de 1938 e vê-se logo que nem sequer triplicaram, apesar da elevação de taxas. Uma comparação com os anos anteriores à guerra mostra não terem ainda sido alcançadas as cifras de 1938 do volume de movimento do porto, que se aproximava de 13 milhões de toneladas de arqueação bruta. A recuperação, a partir do fim da guerra, tem sido lenta e só ultrapassou os 10 milhões de toneladas em 1950.

Na receita ordinária o que mais pesa é o rendimento dos entrepostos, que anda a roda de 30 000 contos. Esse rendimento exprime, de um modo geral, o movimento de mercadorias. A seguir vêm os cais, com a verba de cifra superior a 16 000 contos em 1950 e 1951 e que desceu para cerca de 15 500 contos em 1952.

Ambas estas rubricas produzem bem mais de metade da receita total.

O arrendamento das oficinas a uma empresa privada, na base também do volume de trabalho, melhorou em 1952 para mais de 11 000 contos - verba que ultrapassa a de anos anteriores. Há nas contas de 1952 uma rubrica importante, sob a designação de "Diversos", constituída por várias receitas. As mais importantes são:

Embarque e desembarque de passageiros

Aluguer de muralhas e pontes ............ 433

Taxa de porto (não localizada) .......... 1 563

Aluguer de material flutuante e outro ... 143

Operações de salvamento e socorros

Não houve alterações sensíveis nos números relativos aos dois anos. Os totais variaram apenas de 319 contos.

O embarque e desembarque de passageiros, a taxa de porto e a que se inclui numa miscelânea de verbas sob a designação de "Impressos e outros" constituem as rubricas mais importantes. Parece não poderem melhorar muito as receitas nos anos mais próximos. As considerações formuladas noutro lugar sobre a conjuntura levam a concluir não ser possível intensificação no tráfego, a não ser que intervenham factores alheios às circunstâncias actuais, como, por exemplo, o estabelecimento de zonas francas ou outras.

Receitas extraordinárias As receitas extraordinárias do corto de Lisboa costumam ser volumosas e dizem respeito, em grande parte, a empréstimos concedidos pelo Tesouro para obras, em conformidade com o plano de melhoramentos.

Atingiram 87 177 contos em 1950, que foi ano de grande actividade construtiva.

Reduziram-se, felizmente, para 29 692 contos em 1952. Neste ano a parte que compete ao plano de melhoramentos foi de 24 500 contos, números redondos.

(Ver Quadro na Imagem).

Tirando o que da receita ordinária anualmente se desvia para o fundo de melhoramentos, o total é quase todo constituído pela receita do plano de melhoramentos, que, como se viu, representa o auxílio do Tesouro, por empréstimo. A despesa ordinária subiu ligeiramente, mas o total desceu bastante, dado o menor volume de obras. As duas verbas têm estreitas ligações com as receitas ordinárias e extraordinárias. Indicam-se a seguir as cifras globais:

(Ver Quadro na Imagem).

O saldo dê gerência é a diferença entre as duas. A diferença, porém, entre a receita e despesa ordinária é de 544 contos. As rubricas mais importantes na conta das despesas são as de pessoal e encargos, incluindo nestes últimos o pagamento de serviços.

Em 1952 o total da despesa decompõe-se como segue:

(Ver Quadro na Imagem).

A verba de pessoal subiu muito, visto ter passado de 33 000 contos para 36 200, números redondos. Outro tanto aconteceu à do material. A redução nos encargos compensou os dois grandes aumentos. Adiante se verá onde ela se deu. Houve acréscimo no pessoal de 32937 para 36 183 contos -, que se deu em pessoal dos quadros. Resultou do preenchimento de vagas e teve compensação parcial no pessoal contratado não pertencente aos quadros. Também aumentou a verba de pessoal assalariado, devido à revisão dos salários-base. As cifras do material subiram cerca de 4 000 contos. A subida deu-se no material flutuante e em combustíveis, além de terem sido também reforçadas outras dotações. Os números são os do quadro que segue.