O maior número dos últimos pertencia à bandeira holandesa (116), embora os ingleses (108) e alemães (105), no conjunto, deslocassem maior tonelagem.

No mesmo ano, sobre 1 103 navios entrados em Leixões, 432 eram portugueses, deslocando perto de 1 milhão de toneladas, e 671 eram estrangeiros, com tonelagem superior a 1 300 000 t.

As bandeiras inglesa, holandesa e alemã foram as mais representadas, com 101, 99 e 83 navios, respectivamente. No porto do Douro carregaram-se em 1052 cerca de 143 000 t, das quais 86 500 t pertenciam à cabotagem. Na navegação de longo curso predominam as lousas, cortiça, resinas, pedras de granito, madeira em pasta, pneus e câmaras-de-ar, além de sucata de ferro e vinho do Porto.

Na cabotagem a mercadoria mais importante é o carvão {82 500 t), seguida por paralelepípedos de granito.

Nas mercadorias descarregadas de navios de longo curso sobressai o ferro em bruto, o bacalhau, os produtos químicos, o carvão e os aparelhos e máquinas, e na cabotagem o cimento, milho e sal.

Tem interesse esta discriminação, por mostrar que, apesar das dificuldades da barra, o porto do Douro tem utilidade indiscutível para a zona do norte.

Parece de prever que, na hipótese de um dia ser tornado navegável o Douro até à fronteira, como á provável, a sua utilidade será ainda bem maior.

No porto de Leixões carregaram-se em 1952 cerca de 384 000 t, das quais apenas perto de 8 000 t eram de cabotagem. As mercadorias mais importantes foram minério de ferro (85 700 t), madeira para caixas e barris (38 000 t), vinho comum (53 700 t), toros de pinheiro (76 800 t), vinho do Porto, conservas de peixe, cortiça, toiros para papel e outras mercadorias com menores pesos.

Neste porto descarregaram-se perto de 500 000 t (67 400 t de cabotagem), que consistiram, por ordem descendente, em carvão, açúcar, gasolina, algodão, petróleo, óleos combustíveis, madeira em bruto, adubos, trigo, produtos químicos e diversas outras mercadorias.

A enumeração de alguma carga embarcada e desembarcada dá ideia da feição económica da zona de influência dos portos do Douro e Leixões.

Receitas Nos dois últimos anos a receita da Administração dos Portos do Douro e Leixões foi a seguinte:

(Ver Quadro na Imagem). O total da despesa ordinária nos dois anos foi de, respectivamente, 26 611 e 32 237 contos nos anos de 1951 e 1952.

Um exame mais pormenorizado mostra o seguinte:

(a) A discrepância existente entre os números da Conta Geral do Estado (p. 478) deriva de que a Administração dos Portos do Douro e Leixões contabilizou à parte os saldos de gerência incluídos nas verbas globais da conta.

Nota-se ser desafogada a situação do porto de Leixões, que leva a fundo de melhoramentos o saldo das gerências.

As despesas mais importantes com material, tanto em 1951 como em 1952, dizem respeito a dragagens. Andam à roda de 3 400 a 3 600 contos por ano. Outras de algum interesse respeitam a móveis: guindastes, máquinas, semoventes, embarcações com motor, veículos e mais.

Em pagamento de serviços e diversos encargos as despesas mais importantes são:

(Ver Quadro na Imagem). O débito doe portos do Douro e Leixões "m 31 de Dezembro de 1952 totalizava 98 461 contos, assim divididos:

Ao fundo de seguros ......... 1 145

Os encargos dos empréstimos ao Estado não vencem juros. Apenas se devem considerar os encargos do fundo de seguros - 36 contos em 1902 - e 466 contos pagos a capital obrigacionista.

As quantias contabilizadas em diversos encargos dizem, respeito a despesas efectuadas com a reparação dos estragos causados pelo mar nos molhes de Leixões em 1937, realizadas por força de adiantamentos do Estado, a juros do empréstimo de 15 de Novembro de 1940 e a investimentos do fundo de seguros.

Não parecem ser muito grandes os encargos, fácil" mente comportados pelas receitas do porto.