do recurso ao empréstimo numa unidade comum, de modo a poder determinar a sua eficiência, digamos, administrativa, essa expressão não influiria nos encargos do Estado. Nota-se, além disso, serem pequenos os excessos de receitas sobre despesas ordinárias usados no pagamento de gastos extraordinários. No quadro seguinte, já publicado no ano passado, mostra-se a repartição das despesas extraordinárias, incluindo os saldos de anos económicos findos utilizados e expurgando dos empréstimos o que se destinou a amortização de dívidas:

(Ver Quadro na Imagem).

(a) Inclui 74 143 contos (conta do Banco de Portugal).

(b) Inclui 454 825 contos (conta do Banco do Portugal).

(d) Inclui 613 800 contos destinados a amortização do empréstimo.

Um facto digno de registo é a origem das receitas extraordinárias. Já naquele período se notava que ela se circunscrevia quase só a empréstimos e saldos de anos económicos findos. O que se designa por «Outras» pouco representava se for subtraído o que proveio do contrato com o Banco de Portugal. Nos períodos da guerra e pós-guerra modificaram-se bastante as coisas. Houve recurso ao empréstimo com o intuito, em primeiro lugar, de aliviar o mercado de excesso de capitais flutuantes e assim impedir tanto quanto possível a inflação. Este recurso deveria porventura ter ido muito além do que foi, assim com o imposto sobre lucros de guerra poderia e deveria ter rendido mais do que o efectivamente cobrado. Ambos os caminhos se recomendaram nestes pareceres.

A inflação deu-se e, na verdade, o escudo desvalorizou-se.

Nos anos que vão de 1940 a 1952 as receitas extraordinárias computam-se, segundo a origem, da forma que segue:

(Ver Quadro na Imagem).

Os números revelam na última coluna que houve um ano em que a despesa extraordinária atingiu a elevada cifra de 2 254 000 contos, e nesse ano tornou-se necessário utilizar também grande soma de recursos obtidos por empréstimos no seu pagamento.

Mas daí em diante diminuiu consideràvelmente esse recurso, até chegar aos 26 000 contos de 1952.

O problema está agora em saber se no futuro é possível contrair em boas condições empréstimos para conservar o ritmo das realizações efectuadas por força das despesas extraordinárias ou se os excessos das receitas ordinárias serão suficientes para o manter. Finalmente, para completar a análise deste importante problema, dá-se a seguir, sinteticamente, um quadro onde se inscrevem percentagens das diversas importâncias que formam o conjunto das receitas extraordinárias.