26.No Alto Alentejo, com 24322 explorações, só se encontram 2047 não sujeitas a culturas arvenses. As áreas das restantes podem classificar-se assim:

De 500 a 1 000 ha ........... 244

De 1 000 a 2 500 ha ......... 133

Não é possível agora calcular para toda a província a superfície das culturas arvenses por escalões. Mas pode inferir-se dos números, à primeira vista, que a maior, parte está compreendida nos escalões superiores, digamos acima de 500 ou 1 000 ha.

Examinando os meios de trabalho empregados na exploração agrícola, verifica-se que predomina o animal, visto só este meio ser usado em 14 645 explorações. Os meios de trabalho mecânico e animal utilizam-se apenas em 367 e o puramente mecânico em 20. E de surpreender a existência de 85 explorações, com áreas superiores a 50 ha, sem meios de trabalho, nem animal nem mecânico.

Não são nada satisfatórias, neste aspecto, as condições do Alto Alentejo. Os meios mecânicos, em tão larga área, só são utilizados em 387 explorações e, destas, 367 representam meios de trabalho animal e mecânico. Havia apenas 393 explorações com tractores e 18 com motocultores. Das primeiras, 268 estavam situadas no distrito de Évora e 138 no de Portalegre.

O inquérito parece demonstrar que a mecanização no Alto, Alentejo é ainda reduzida, dada a existência de poucos meios de trabalho desta natureza e as largas áreas sujeitas a culturas arvenses. Deve haver certamente razões justificativas deste lamentável estado de coisas. No Baixo Alentejo há 24983 explorações agrícolas. Apenas 967 não são sujeitas a culturas arvenses.

A divisão de áreas por escalões pode fazer-se do modo seguinte:

Com cultura arvense:

De 500 a 1 000 ha ...... 200

De 1 000 a 2 500 ha .... 116

Como se nota, o maior número de explorações vai até 10 ha. Representam uma área pequena no conjunto da superfície da província, que, como se verificou, é superior a 1 000 000 ha.

Aqui, "orno no caso do Alto Alentejo, as explorações por conta própria sobrelevam nas pequenas explorações.

Os meios mecânicos de trabalho, considerando a área, escasseiam bastante. Predominam os que usam só animal, até nas explorações muito grandes, como, por exemplo, uma de área compreendida entre 10 000 e 20 000 ha. Onde

O problema é mais sério no caso do escalão 10-50 ha, com 7 199 explorações agrícolas. Neste caso existiam 857 explorações -mais de 10 por cento- sem meios mecânicos ou animais. Aliás, no escalão 50-100 ha, com 1312 explorações, cerca de 5 por cento (66) não possuíam, outros meios de trabalho que não fosse o homem.

E no escalão 2 500-5 000 ha onde se nota melhor compreensão da importância destes problemas, visto haver em 20 explorações 19. com meios de trabalho mecânico e animal e uma só com animal.

O número de explorações com tractores existentes no Baixo Alentejo era de 472, sendo 374 no distrito de. Beja e o resto em Alcácer do Sal (51), Grândola (13), Santiago do Cacem (30) e Sines (4). No Ribatejo o regime de propriedade parece mudar muito, talvez devido a influência da parte do distrito a norte do Tejo e de algumas zonas ribeirinhas. A análise, para 61 899 explorações agrícolas, mostra o seguinte:

Com cultura arvense:

De 500 a 1 000 ha ........ 30

De 1 000 a 2 500 ha ...... 17

Nota-se logo o grande número de pequenas explorações até 1 ha. Atingem quase metade do número das empresas agrícolas. Contudo, a área ocupada é uma fracção da área total da província, avaliada em 723 000 ha.

O número de explorações no escalão 1-10 ha ultrapassa 20 000. Considerando a superfície da província a parcela correspondente a este escalão j á tem algum significado. Começam a diminuir as empresas agrícolas nos escalões superiores a 10 ha, e mais fortemente nos acima de 50 ha, como era de prever.

Há dezanove explorações acima de l 000 ha: duas em Abrantes, uma em Benavente, quatro em Coruche, uma em Salvaterra de Magos, uma na Chamusca, duas em Santarém, uma em Tomar, três em Ponte de Sor e quatro em Vila Franca de Xira, quase todas a sul do Tejo.

No conjunto das explorações há 29 842, perto de metade,- que não têm meios de trabalho animal ou mecânico. A quase totalidade está compreendida em escalões com áreas até 3 ha. É a propriedade dividida do norte do distrito e inclui também naturalmente parte das zonas ribeirinhas de alguns concelhos a sul do Tejo. Nos escalões superiores ainda há, porém, explorações sem condições apropriadas.

Assim: no escalão 10-50 ha há 260 explorações sem meio animal ou mecânico de trabalho; 20 no escalão 50-100 ha; 14 no escalão 100-500 ha; 1 no escalão 500-1000 ha e l no escalão 2 500-5 000 ha.

O Ribatejo contém duas zonas agrícolas distintas: a grande exploração nuns concelhos, a muito dividida propriedade noutros. A diferenciação traduz-se na densidade demográfica e nas características agrícolas como tipo de cultura e outras.

O número de explorações com tractores no Ribatejo somava 349. Havia também 60 com motocultores.