Os números relativos à forma de exploração e tipo de empresa apurados em 1952 foram conjugados com os do último censo de modo a poderem ser comparados com o número de famílias agrícolas.

For exemplo, em Beja, em 1950, havia 43 413 famílias agrícolas. Viu-se que o número de explorações era em 1902 de 19984-menos de metade do número de famílias agrícolas.

Destas 19 984 explorações, a empresa familiar era perfeita em 5638 casos e as empresas patronais numeravam 5277. O resto, para 43413, era constituído por famílias que angariavam no trabalho alheio meios de subsistência.

Podia por este modo, com relativa aproximação, determinar-se o número de pessoas que requeriam trabalho agrícola assalariado para viver.

Ora a densidade demográfica é bastante baixa. Apesar disso, o grau de proletarização é muito alto.

O exame dos números mostra que no distrito de Portalegre, com 31 496 famílias agrícolas, havia apenas 2 214 empresas familiares perfeitas e l 690 empresas patronais individuais de conta própria.

No distrito de Évora os números de empresas familiares perfeitas ou patronais individuais, com forma de exploração simples de conta própria eram, respectivamente, 1380 e 1451 ao todo 2831, em 32753 famílias agrícolas.

Finalmente no distrito de Beja, com 43 413 famílias agrícolas (censo de 1950), o inquérito de 1952 revelou haver 3 341 e 2 843 empresas familiares perfeitas e patronais individuais, a viver de forma de exploração agrícola de conta própria ao todo 6 184.

Nos três distritos o que se afigura com maior grau de proletarização 'agrícola parece ser o de Évora.

Distrito de Santarém e Faro É interessante confrontar as condições dos três distritos alentejanos com as dos dois restantes onde também se procedeu ao inquérito-o de Faro e o de Santarém, excluindo Mação e Vila Nova de Ourem. Será ainda muito mais interessante fazer o estudo de outros distritos a norte do Tejo que não sejam influenciados por áreas tipicamente alentejanas, como as dos concelhos a sul do Tejo pertencentes a Santarém.

Para os dois distritos mencionados os número são os que se seguem:

Explorações agrícolas segundo a forma de exploração e o tipo do empresa

(Ver Quadro na Imagem).

(a) Não se inclui Vila Nova de Ourém e Mação.

No caso do distrito de Faro o número de famílias agrícolas sobe a 44 726 e há 38 014 explorações agrícolas.

Quer dizer, enquanto que em Évora o número de famílias agrícolas era de 32 753 e o de explorações de um terço (10 802), mo de Fano a percentagem das explorações agrícolas atinge 85 por cento.

As empresas de tipo familiar perfeito no Algarve subiram a 13 600, números redondos, ou cerca de 30 por cento das famílias agrícolas. Em Évora eram 2 686, ou 8,2 por cento. A percentagem correspondente para Beja é de 13 e de 12 para Portalegre. Assim pode construir-se um pequeno mapa, que nos dá a primeira vista uma ideia das condições prevalecentes nos distritos do Sul em matéria de tipo de empresas.