Famílias agrícolas e empresas de tipo familiar perfeito
(Ver Quadro na Imagem).
A questão ainda ficará melhor esclarecida, como aliás consta do quadro, se forem calculadas as percentagens das empresas familiares perfeitas em forma de exploração por conta própria - quer dizer, que possuem propriedade que, trabalhada pelo chefe ou membros da família, produz o suficiente para viverem exclusivamente do rendimento da exploração.
Podemos pois resumir a informação que se deduz da análise dos resultados do inquérito nesta matéria, dizendo:
No Algarve é de cerca de 30 por cento o número de famílias agrícolas a viver em tipo de empresa familiar perfeita. Destas, 22 por cento vivem em propriedade sua-sem arrendamento, parceria ou exploração mista.
No distrito limítrofe - de Beja - as percentagens descem para 12,9 e 7,6 por cento e no de Évora ainda descem mais, para 8,2 e 4,2 por cento. As condições do distrito de Portalegre são idênticas neste aspecto às do de Beja, mas deve notar-se que alguns concelhos próximos do Tejo, como Gavião e Nisa, influenciam as condições do distrito.
O estudo podia estender-se às empresas patronais individuais, isto é, aos indivíduos que recorrem a estranhos para entrar na posse de meios de produção.
E ainda seria possível fazer o cálculo simples de determinar as percentagens das famílias agrícolas a viverem em regime de tipo de empresa familiar imperfeita quer dizer, necessitando de prestação de trabalho para, em conjunto com sua própria exploração agrícola, suprirem o sustento familiar.
Finalmente é fácil com todos estes elementos deduzir das cifras o total de famílias sem exploração agrícola - quer por conta própria, quer por arrendamento ou parceria- e assim determinar, com os elementos já conhecidos, o grau de proletarização agrícola nos distritos do Sul.
Todo este trabalho, moroso, ocuparia largo espaço, que não pode ser tirado ao apêndice, já longo, mas dão-se acima os elementos essenciais para estado e cálculo, e qualquer pessoa curiosa destes importantes assuntos, de grande influência na vida nacional, facilmente os pode completar.
Empresa familiar imperfeita
Embora não sejam ainda conhecidos os resultados do inquérito à maior parte das zonas a norte do Tejo, que se julga poder ser publicado durante o ano de 1954, tudo leva a crer que o tipo de empresa familiar imperfeito tenha nelas grande relevo.
Há vantagens neste tipo de exploração, relativamente ao assalariado, tanto para a família agrícola, como para o empresário patronal.
Um dos seus méritos consiste na redução do desemprego, na menor perda de horas de trabalho.
E sabido que o tipo
Famílias agrícolas e empresas de tipo familiar imperfeito
(Ver Quadro na Imagem).