As rações ou quinhões pagos variam em geral de metade até à quinta parte da colheita. Por outro lado, as despesas da exploração podem estar integralmente a cargo do seareiro ou, em porte, também a cargo do proprietário da terra - mas a primeira alternativa é a mais frequente.

Também há casos em que o seareiro recorre à ajuda de trabalho assalariado para proceder ao cultivo da seara, mas em geral são o seu trabalho e o da família que suprem as necessidades da exploração.

Como as terras cultivadas pelo seareiro são fracas, a remuneração do trabalho é frequentemente bastante pequena e nos anos maus, se for considerado o salário adequado ao trabalho, a exploração é, com certeza, ruinosa.

Número de seareiros e duração doa contratos Procurou-se dar no quadro seguinte ideia da distribuição dos seareiros pêlos diversos distritos:

Seareiros

(Ver Quadro na Imagem).

(a) Concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines.

(b) Não inclui Vila Nova de Ourém e Mação.

Há ao todo 20 448 seareiros nos distritos inquiridos, mas uno se consideraram no quadro os dois concelhos de Azambuja e Vila Franca de Xira, no Ribatejo, que tinham apenas 19.

Como se observa, bem mais de metade dos seareiros trabalha no distrito de Beja (12723). Dos restantes é o distrito de Portalegre que tem maior número - sensivelmente um sexto do de Beja.

No quadro podem analisar-se dois importantes aspectos do labor dos seareiros.

O primeiro diz respeito à origem do trabalho: fie é fornecido pelo empresário ou se este recorre a trabalho assalariado.

Vê-se logo, ao examinar as cifras, que a maior parte dos empresários das searas só utiliza o seu labor ou o ria família. O número de seareiros que recorrem a trabalho estranho é pequeno. Em Beja não passa de 5 por cento do total. À percentagem tem maior relevo no distrito de Portalegre.

O segundo aspecto, que convém analisar cuidadosamente, respeita à duração dos contratos.

Os prazos mais comuns suo até três anos e os compreendidos entre três e dez anos.

Não se compreendem bem os períodos acabados de mencionar. O período de três anos significa uma arroteia possivelmente em cada um dos três anos, com rotação de trigo e aveia.

Número de seareiros e áreas cultivadas de praganosos e arroz

Áreas cultivadas Eleva-se a cerca de 100 000 ha a érea cultivada por seareiros nos distritos inquiridos, mas mais de metade, como se disse, está situada no distrito d

(Ver Quadro na Imagem).

Num total de 101 626 ha cultivados, cabiam 2 504 a arroz, principalmente nos distritos de Santarém e Portalegre, e o resto a praganosos.

A fim de esclarecer um pouco melhor o assunto, faz-se a seguir uma leve resenha da distribuição dos seareiros por distritos.

Em Beja havia 12 723 seareiros, a cultivar 57 817 ha, sendo 198 de arroz.

Os concelhos de maior relevo são os do quadro que segue.