(Ver Quadro na Imagem).

Verifica-se que têm menor importância as searas de praganosos neste distrito. Em compensação, são altas as áreas de arroz. Em todo o distrito somam 1 398 ha, num conjunto de 4 065 de praganosos e arroz.

Além das áreas e dos concelhos mencionados no quadro, há a considerar 85 ha em Benavente e 9 ha em Constância. O resto refere-se a culturas de praganosos que atingem grandes superfícies.

Nos concelhos de Setúbal a área cultivada por seareiros foi de 10 874 ha, sendo mais de metade no de Alcácer do Sal e um pouco menos de um terço no de Grândola, como mostram os números seguintes:

(Ver Quadro na Imagem).

A área média por seareiro é baixa. Atinge um pouco mais de 12 ha em Alcácer do Sal, mas desce para menos de 5 ha nos restantes. E de notar que, no caso do arroz, os áreas médias variam muito: um pouco menos de 5 ha em Alcácer do 'Sal, 13 ha em Santiago do Cacem e 0,7 ha em Grândola.

41. Um outro aspecto importante que convém esclarecer, de modo a ter ideia aproximada do movimento seareiro que tomou vulto há vinte e cinco anos, é o das áreas em terras limpas e sob coberto, isto é, as que ocupam terrenos de montado na sua quase totalidade.

Se forem examinados os números nota-se que em todos os distritos, com excepção dos de Évora e Portalegre, a área das searas em terras limpas é superior à das de sob coberto.

Seria de grande interesse conhecer os rendimentos de umas e outras e determinar a influência que as searas em terrenos cobertos de arvoredo possam ter no próprio arvoredo. No quadro que segue exprimem-se aã áreas obtidas:

(Ver Quadro na Imagem).

Aproximaram-se bastante as superfícies cultivadas em terras limpas e sob coberto - à roda de 53 e 46 por cento nas primeiras e nas segundas, respectivamente.

Os concelhos de Almodôvar, Beja, Serpa, Moura e Portei são os que têm maiores áreas cultivadas sob. coberto, com mais de 3 000 ha em cada uma. Não há estatística que permita informar, com segurança, sobre o número de seareiros desde o início da Campanha do Trigo, mas parece certo terem eles diminuído em quase todos os distritos.

A diminuição deve ter resultado de insucesso nas colheitas.

O seareiro intervém quando o proprietário ou o arrendatário não acham compensação na cultura ou não têm possibilidades financeiras ou outras para cultivar todos os seus terrenos. Parte deles é então dividida em folhas e entregue a seareiros, nas condições já explicadas acima.

A intervenção do seareiro não é de molde a aperfeiçoar a técnica porque os meios de que dispõe são, em. geral, bastante precários, sobretudo em gados, que utiliza também na prestação de trabalhos em explorações agrícolas de outrem. Além disso, as suas possibilidades financeiras não são grandes e as searas ressentem-se sempre da falta de adubações convenientes nas épocas próprias.

Não é possível compensar estas faltas. O seareir o vive do trabalho que ele próprio e pessoas da família despendem na terra, em geral pobre. Para suprir menores rendimentos usam mau trabalho, que, por esse facto, é menos remunerado. E muitos desistem, depois de um ou dois anos maus.

Assim, a intervenção do seareiro no cultivo de cereais - que trouxe, por esforço persistente e mal remu-