Verifica-se por este mapa que estamos em 13.º lugar em relação aos países europeus para cá da «cortina de ferro».

Diz o modelar relatório da Junta Autónoma de Estradas de que extraímos estes números que a Bélgica está a planear a sua obra de estradas para um veículo para cada dez habitantes e a Suíça para a hipótese de um veículo para cada catorze habitantes. Temos, portanto, um largo caminho cara andar se nos quisermos equiparar aos países mais progressivos e, por isso, há que refazer boa parte das nossas estradas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estilo previstos na proposta 4 000 km para serem alargados o pavimentados, divididos entre as mais importantes das nossas estradas, e não nos podemos admirar do número se nos recordarmos do que a estrada n.º1 -de Lisboa ao Porto- tem ainda tantos trechos de estrada de perfil inconveniente e com faixas de rodagem entre 5 m e 5,60 m de largura.

Vão também pavimentar-se 5 000 km doutras estradas, e quando se diz pavimentar quer implicitamente dizer-se pôr pavimentos adequados ou, ainda melhor, substituir o macadame que ainda reveste cerca de 50 por cento das nossas estradas por betuminosos e outros.

Esta é uma das medidas de mais largo alcance económico, não só pela vantagem de dar aos veículos automóveis lima faixa de rodagem apropriada, como pela extraordinária economia que daí resulta, pois é sabido como resiste mal ao transito automóvel o pavimento do macadame. A supressão de cem passagens de nível e a substituição de cem pontes antigas não podem deixar de merecer gerais aplausos, dado que em itinerários principais e estradas de 1.º classe existem ainda cento e sete passagens de nível, e quanto às pontes não faltam as que por não oferecerem a necessária resistência ao tráfego pesado, por serem estreitas e pelo seu precário estado, precisam de ser substituídas, finalmente prevê-se ainda a construção de l 800 km de estrada nova.

Mas, além de tudo o que fica dito, merecerá o nosso parque automóvel todos estes cuidados?

Se considerarmos os 100 000 veículos automóveis existentes e lhes dermos um valor médio de 40 ou 50 contos por veículo, obteremos o valor global de 4 a 5 milhões de contos.

Este número fala por si, para que seja necessário acrescentar-lhe qualquer comentário.

Encontramos ainda no já falado relatório da Junta Autónoma de Estradas um quadro que se nos afigura de extraordinária importância ao tratarmos aqui o problema rodoviário.

Representa-se nesse quadro o seguinte:

O turismo e as estradas

Deste quadro se infere a excepcional importância que para o turismo têm as boas estradas.

Entre nós a indústria do turismo, indústria maravilhosa e rendável como nenhuma outra;, está ainda muito incipiente, mas suponho que não podemos hesitar em tirar dela os caudais de ouro que nos pode dar.

Boas estradas são hoje um dos elementos primaciais de um próspero turismo.

Eis, Sr. Presidente, porque dou o meu voto com o maior entusiasmo a essa proposta de lei.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Vasco Mourão: - Sr. Presidente: sendo a primeira vez que subo à tribuna desde que se iniciaram os trabalhos da actual legislatura, não quero deixar de dirigir-lhe os minhas saudações e de prestar a V. Ex.ª a homenagem que lhe é devida como presidente ilustre desta Assembleia.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!