comercial e agrícola, é cabeça de uma das mais movimentadas comarcas do Pais, dela fazendo parte os ricos concelhos de Nelas e Penalva do Castelo.

O grande amor bairrista dos seus habitantes, o anseio legitimo do sou progressivo desenvolvimento, aliados ao conhecimento perfeito das necessidades e aspirações locais, levaram a sua representante a zelosa Câmara Municipal- a formular o pedido para a construção do novo edifício do tribunal judicial.

Consta-me que o terreno escolhido para a sua implantação e já oferecido teve aprovação superior, pelo que se aguarda para breve o inicio da sua construção.

Finalmente, Sr. Presidente, a vila de Castro Daire, tão risonha e pitoresca, acalenta em seu seio, há muitos anos já, o desejo veemente de possuir um edifício próprio para a instalação conveniente de todos os serviços locais dependentes do Ministério da Justiça.

O pedido respectivo foi mais de uma vez solicitado superiormente pela Camará Municipal e a necessidade e urgência de uma tal construção são corroboradas pelos dignos magistrados que tom servido e visitado a comarca.

Na verdade, suponho não errar afirmando que em nenhuma comarca do País os serviços judiciais funcionam em condições tão precárias.

O actual tribunal fica situado a cerca de 200 m da secretaria judicial, com graves inconvenientes e prejuízos para os serviços e grande incómodo para os magistrados e funcionários.

As instalações de um e de outra são acanhadas e impróprias e o seu mobiliário excessivamente modesto, de uma pobreza quase franciscana.

No anteplano de urbanização prevê-se a construção do novo edifício, e a Câmara Municipal já procedeu à escolha do terreno respectivo, de fácil aquisição, que fica situado no melhor e mais aprazível local da vila. Tais são, Sr.º Presidente, as modestas e ligeiras considerações que hoje me propus fazer, roubando, embora, algum precioso tempo à Assembleia, que se traduzem no agradecimento de Viseu a S. Ex.ª o Sr. Ministro da Justiça por tudo quanto tem feito, está fazendo e há-de fazer pela antiga e nobilíssima cidade, no justo louvor da sua humana e modernissima obra e na confiada certeza de que a construção dos edifícios que enunciei e que com forte empenho solicito hão-de merecer a esclarecida e pronta atenção da sua forte e superior personalidade.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pacheco Jorge: - Sr. Presidente: por circunstâncias de certo modo estranhas à minha vontade, só hoje se me proporciona o ensejo de falar pela primeira vez nesta Assembleia. E assim serão de saudações as minhas primeiras palavras.

A V. Ex.ª, Sr. Presidente, desejo apresentar a homenagem do meu mais sincero respeito e consideração, afirmando que, dentro das minhas possibilidades, poderá V. Ex.ª contar incondicionalmente com o melhor do meu esforço e o melhor da minha boa vontade.

O prestígio do nome de v. Ex.º, Sr. Presidente, e o conhecimento das altíssimas qualidades morais e profissionais de V. Ex.ª não se confinam à metrópole: transpuseram fronteiras, atravessaram oceanos e na longínqua Macau, é v. Ex.ª bem conhecido no meio culto dessa província como magistrado sabedor e probo, como exemplo de um verdadeiro homem público e de um português de lei, que se admira e respeita.

Vozes:- Muito bem !

O Orador: - Na presente legislatura não me faltaram ocasiões de verificar como V. Ex.ª é conceituada e querido nesta Assembleia, cuja presidência pela terceira vez assumiu, graças a esse conjunto de qualidades e atributos que o impuseram u consideração de todos.

A V. Ex.ª, pois, Sr. Presidente, dirijo as minhas mais cordiais saudações em nome da província que tenho a honra de representar e em meu nome pessoal

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Aproveito também o ensejo pura, saudar com a maior simpatia todos os Srs. Deputados, : quem ofereço a minha pobre (não apoiados} mas sem pré leal colaboração.

Desejo ainda cumprimentar e saudar a imprensa portuguesa, nas pessoas dos seus dignos representantes junto desta Assembleia, exprimindo a minha mais alta consideração por tão importante órgão de informação e formação da opinião pública, cuja influência, méritos e qualidades nunca é de mais exaltar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Represento a mais pequena das nossas províncias ultramarinas, a segunda mais distante da Mãe-Pátria e, porventura, a mais ignorada de todas:

Macau, a cidade do Santo Nome de Deus, a que D. João IV outorgou o honroso título de não haver outra mais leal;

(Macau, encravada na lendária e misteriosa China, hoje cadinho incandescente de feroz luta entre ideologias opostas ;

Macau, abrigo seguro de muitos milhares de chineses adeptos de regimes diferentes;

Macau, esse «padrão do primeiro contacto da Europa com o Orientei, como muito bem disse Salazar, e que nos seus escassos 16 km9 conta com uma população de 187 772 habitantes (segundo o censo de 1950), dos quais 183 105 são chineses e 4 066 portugueses, além de 601 de outras nacionalidades, é bem portuguesa no seu sentir e na sua maneira de ser, e a nenhuma outra província se inferioriza no seu acrisolado amor por Portugal, nu seu patriotismo, jamais desmentido.

Vozes: - Muito bem !

nenhum momento a ideia da Pátria andou afastada da ideia de Deus!

Vozes: - Muito bem !