internas, susceptíveis umas de eliminação e outros de correcção, resolve: Aplaudir as recentes providências do Governo no sentido de facilitar o trânsito e a permanência de estrangeiros em Portugal;

2) Emitir o voto de que o Governo prossiga na concessão das facilidades compatíveis com as razões de Estado e suprima, reduza e simplifique formalidades e encargos a que estão sujeitos os estrangeiros que transitam ou permanecem em

3) Emitir o voto de que, além da projectada reorganização dos serviços do turismo, se coordene a acção de todos os organismos e actividades relacionados com esta indústria, subordinando-os a uma orientação geral, e se tomem as providências conducentes ao seu desenvolvimento;

4) Emitir o voto de que, através de acordos e por quaisquer outros meios ao seu alcance, o Governo diligencie debelar uma crise que as condições naturais e políticas do País e o seu notável ressurgimento de nenhum modo justificam.

A proposta de lei n.º 10, dimanada da Presidência do Conselho, tem como principal objectivo resolvei- o problema hoteleiro. Com efeito, sem bons hotéis não é possível haver turismo. Mas esta proposta aparece simultaneamente com a proposta do plano rodoviário, que eu considero harmónica e intimamente solucionados entre si. Se, por um lado, se procura proteger a indústria hoteleira, pelo outro esboça-se um plano de construção de novas estradas (1 800 km), alargamento e pavimentação de outras (4 000 km) ou só e apenas pavimentação de algumas secundárias (5 000 km), supressão de passagens de nível. (100) e substituição de pontes antigas (100).

O plano de financiamento da Junta Autónoma de Estradas para o período de 1956 a 1970 atingirá 6 milhões de contos.

Sente-se e vê-se o propósito útil de ligar o problema das comunicações fáceis e cómodas com a instalação de novos hotéis, pensões e hospedarias ou, ainda, com pousadas e estalagens, sem deixar de considerar outros m odalidades com carácter típico ou regional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Há aqui, nitidamente, um critério de coordenação e de apoio a um conceito de natureza regional que se respeita e tenta valorizar. Na verdade, é de fazer esta pergunta: haverá nacionalismo sem regionalismo? Do Boletim da Casa das Beiras editado em Maio de 1937 extraio este conceito:

Na base dum são nacionalismo é o regionalismo alicerce e trave mestra em que deve assentar toda a armadura do espírito nacionalista. Criar-se em cada região bem caracterizada a sua mística própria, ligar cada região provincial pelas características da raça, da história ou da tradição comum - os fenómenos primeiros e mais antigos da sua coesão moral - sem atenção à geologia e capacidade das terias, que não são acidente diferencial no primeiro estabelecimento dos povos ou tribos numa região de um país; fortificar e valorizar essas diferenciações por acto expresso e orientador do próprio Estado, no plano apenas dos fenómenos morais e históricos na Nação, é abrir os horizontes claros duma indestrutível formação de civismo, que não vem das suspeitas fontes da política, mias da aspiração local de cada região ou província integrada no bem comum e num acto ideal de progresso da Nação.

A primeira educação cívica de um povo não deve começar nem exercer-se no quadro das organizações políticas do Estado, de que a organização administrativa faz parte. O que importa na base de toda a organização nacionalista é a educação moral e histórica do povo, o seu amor à terra e à tradição.

Dizia Silva Teles, referindo-se por exemplo ao Alentejo, que os homens dali se distinguem pela fala arrastada e monótona - a charneca ondulada a projectar-se na voz humana -, classificando a raça semito-árabe como independente e altiva. A melancolia da estepe lhe teria imprimido este carácter, que se revela até, como escreveu António Arroio, na expressão dos seus grupos corais de uma harmonia horizontal, expoente melódico da própria paisagem.

Mas ainda mesmo nesta vasta província existem distinções porque, se o Sul domina a profundidade do silêncio, e daí os coros lentos e graves, no Norte aparece já a canção com laivos de certa alacridade e satirismo.

O homem do pelico, da samarra e dos safões não é o mesmo de zona para zona, ainda porque a própria índole de cultura tem sobre os povos influências diferentes.

O homem da planície não se assemelha ao homem da terra alta.

Na nossa unidade há, por isso, notáveis peculiaridades que o estrangeiro culto aprecia e se não cansa de fixar, quer pela contemplação, quer até pela recolha espontânea através da fotografia.

Vozes: - Muito bem!

tipos e ornatos, costumes e práticos, que estão ligados, como então disse, à vista psíquica das populações e que revelam o génio do povo, o seu delicioso e ingénuo poder criador.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E não abundam, antes escasseiam, os museus onde figurem os inúmeros utensílios, produtos da imaginação do povo, profundamente reveladores da sua alma, do seu espírito, com integração no próprio folclore, a que não posso deixar de, mais uma vez, associar, evocando-o, o nome, entre outros, de António Tomás Pires.