passageiros está, como sabemos, condicionada a uma coordenação de transportes, mie lhe não permite a concorrência livre com o caminho de ferro.

De tal modo, tem este meio de ser encarado, como digo, como o esqueleto-base de toda a nossa circulação de passageiros.

Como todos sabem, Viseu está ligada à rede nacional de caminhos de ferro por uma linha de via reduzida, quer para o Porto, quer para Lisboa. Está projectada uma linha de via larga de Mangualde a Viseu e até à Régua, que muito fomentaria a Beira Alta, permitindo o fácil escoamento dos seus (produtos, servindo uma região populosa e rica e constituindo até uma magnífica linha de rocade estratégica para a Nossa defesa militar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Dificuldades financeiras, certamente, leni impedido a construção de tão desejada e desejável via de comunicações, que daria fácil e rápido acesso à linha capital daquela «fértil província, portuguesa de lei», no dizer expressivo de Silva Gaio.

É natural, mesmo, quero crê-lo, que, apesar da boa vontade e empenho dos governantes, não seja fácil dar-lhe realidade tão depressa como importaria ao progresso e valor da região.

De tal modo há que encarar o problema nas suas possibilidades actuais, e é para essas que chamo a atenção do ilustre Ministro.

Com a fusão das companhias de caminhos de ferro melhorou-se de início a exploração e criou-se o serviço de automotoras entre Viseu e Santa Camba, que em muito beneficiou não só o turismo, como ainda, e principalmente, a vida activa da populosa região que servia.

Pois este serviço foi suprimido pelo simples facto, segundo me consta, de o público não encher as referidas automotoras nas estações de inicio do percurso, ainda que elas se enchessem completamente nas estações intermédias, sobretudo na estação de Tondela, não só com o movimento da laboriosa população deste lindo concelho da Beira, como ainda com as pessoas que dali partiam para a sua estância do Caramulo.

Não me parece que sejam lógicas estas razoes, e por isso as julgo até infundadas, sabendo bem o interesse s elevada noção do dever de servir que existe nos dirigentes da Companhia.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - O que é farto, porém, é que foram ou vão ser agora restabelecidas algumas carreiras de automotoras em várias linhas onde tinham sido suprimidas, e Viseu está-se vendo privada desta solução eficiente, que remediava em muito a insuficiência de uma via larga.

Em representação dos interesses dos muitos milhares de eleitores que naquele distrito me deram a sua confiança, daqui solicito ao Sr. Ministro das Comunicações o à direcção da Companhia a resolução deste caso, que Irará às forças vivas daquela região, e particularmente a Viseu, a melhor satisfação pela justiça e necessidade que representam.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Alberto de Araújo: - Sr. Presidente: nesta e noutras sessões legislativas têm os Deputados pela Madeira tratado nesta Câmara dos problemas que mais directamente interessam à vida daquele arquipélago. Entre todos destaca-se, pela sua importância, o da ampliação e apetrechamento do porto do Funchal, que a Madeira inteira continua a considerar indispensável no desenvolvimento do turismo e ao fomento da sua economia.

Não vou repetir factos e argumentos que aqui tenho empregado em outras oportunidades para demonstrar o interesse nacional do pró hl ema do porto do Funchal e o da sua solução. Mas não quero deixar de mencionar e dar a conhecer à Assembleia Nacional e ao Governo que o porto de La Luz, nas Canárias, atingiu em fins do ano passado, e pela primeira vez, um movimento da ordem da grandeza dos 20 milhões de toneladas - acontecimento que foi festiva e oficialmente celebrado pelas autoridades e imprensa daquelas ilhas espanholas. Isso obriga-nos a estar atentos e a empregarmos todos os esforços no sentido de o Funchal ser urgentemente dotado do porto moderno e apetrechado que a sua privilegiada situação no Atlântico tão evidentemente justificada e impõe.

Vozes : - Muito bem !

Vozes : - Muito bem!

O Orador : - Está em via de execução em todo o País um conjunto notável de obras na, hidráulica, na electricidade, nos portos, e que abrange desde o aproveitamento do Douro internacional até à irrigação de vastas e ricas regiões do ultramar português.

Tudo prossegue em ritmo acelerado, por forma a que, dentro de seis anos, se possa executar o que se julgou possível fazer nesse período de tempo.

O Sr. Ministro da Economia, no discurso que proferiu no último sábado, no acto da assinatura da escritura da constituição da Empresa Termoeléctrica Portuguesa, afirmou que o ano de 1954 ficará assinalado pelo início de execução de alguns dos mais importantes empreendimentos previstos no Plano de Fomento. A Madeira, que segue com verdadeiro júbilo patriótico esta obra larga e fecunda de ressurgimento nacional, espera e confia que o ano corrente se assinale também pela solução definitiva do problema do porto do Funchal e se dó assim satisfação à mais legítima, à mais fundada e à mais importante de todas as suas aspirações.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Mendes Correia : - Sr. Presidente : propositadamente deixei para o final deste período legislativo algumas breves considerações sobre certos aspectos da vida das nossas províncias de Timor e Macau, porque, embora desde o meu regresso em Outubro duma visita àqueles territórios, eu me encontrasse habilitado a for-