que os vinhos verdes não perdem tão facilmente como alguns pretendem fazer crer as suas características qualidades, pelas quais são bem apreciados.

O mesmo mapa nos mostra ainda que o consumo vem descendo a partir de 1944-1945, acompanhando, como natural é, o decréscimo da produção, até atingir em 1951-1952 o baixo nível de 342161 pipas, número em que se incluem 33 018 pipas consumidas fora da região demarcada, isto contra uma produção total nesse ano de apenas 273019, sobrelevando por isso o consumo em 169142 pipas a produção daquele ano de 1952, o que só pode ter explicação pela existência de sobras de anos anteriores e mais uma vez vem confirmar o que acima dissemos relativamente à conservação pelos vinhos verdes, durante vários anos, das suas especiais qualidades.

Pelo que respeita à exportação dos vinhos verdes para fora do País ainda o- referido folheto n.º 4 da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes nos oferece interessantíssimas informações, como podemos observar no seguinte quadro, no qual são aproveitados apenas os números de maior relevância:

Exportação (litros)

(Ver tabela na imagem)

Por este quadro podemos ver que Angola recebeu, em ritmo sempre crescente nos últimos dez anos, e em 1952, 2 013 000 l de vinho verde, e Moçambique 992 7571, também sempre em ritmo crescente, no que se refere ao mesmo período dos dez últimos anos.

Esta pequena importação justifica plenamente o facto de no Rio de Janeiro, há bem pouco tempo, segundo informações que recebi de (pessoa há pouco regressada, os portugueses, saudosos dos mimos da sua pátria, terem de pagar (vá sem intuitos de publicidade ou propaganda) por uma garrafa Serradayres 80 cruzeiros; do Dão, 100 cruzeiros; de Grandjé, 120 cruzeiros, e de vinho verde Casal Garcia, 140 cruzeiros !

Estes preços, absolutamente excepcionais sem dúvida, merecem bem ser corrigidos por um substancial aumento de importação dos nossos vinhos por parte da grande nação brasileira, em seguimento de um recente tratado de amizade que com eles bem poderia ser, e ainda pode ser, justamente festejado.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: ainda sobre as possibilidades do consumo dos vinhos verdes no mercado interno, é interessante verificar, e isto tem suma importância porque a região dos vinhos verdes, para evitar adulterações ou (misturas, é uma região fechada a outros vinhos - salvo se em garrafões de 5 l ou engarrafados-, que a população nos quarenta e cinco concelhos da região demarcada dos vinhos verdes oscilou, segundo números que pude obter do Instituto Nacional de Estatística, do modo como pode observar-se no seguinte quadro relativo aos censos populacionais de 1930, 1940 e 1950:

Percentagem de variação:

1930-1940 ......14,4

1940-1950 . . . 11,5

1930-1950 . . . 27,5

Vê-se assim, que a população nos 45 concelhos da região demarcada teve um aumento de 342 365 afanas no período de 1930-1950, e, se este aumento proporcionalmente se mantiver, como é natural e de supor, teremos actualmente, em 1954, uma população não inferior a (4 x 17 118 + 1 586 546) l 655 018, isto é, relativamente a 1930 um aumento de 410 837 pessoas. Dentro do mesmo período a produção de vinho verde, que foi d

Vozes: - Muito bem!