com isso e deixemos consignado no Diário das Sessões aquele facto e esta congratulação! Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente:-Srs. Deputados: se alguma vez uma voz interpretou nesta Assembleia, com toda a certeza, o pensamento e os sentimentos da Câmara, essa voz foi hoje a do Sr. Dr. Mário de Figueiredo, ilustre leader desta Assembleia.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - E eu não teria, portanto, nada a acrescentar às palavras que S. Ex.a proferiu. Se algumas palavras proferirei é porque, em razão da minha função, elas podem dar uma expressão mais solene ao actual momento nacional a propósito da viagem que se dignou fazer a Portugal o Sr. Dr. João Café Filho, ilustre Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.

A estas horas o Dr. Café Filho sobrevoa o Atlântico, rumo às terras de Santa Cruz, levando no seu coração e na sua alma exactamente aquilo que o Sr. Dr. Mário de Figueiredo acaba de frisar com tanta veemência: abraços, sorrisos, lágrimas, ternura- tudo aquilo que o povo português sabe exprimir melhor do que ninguém, na sua incomparável riqueza interior.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Sr. Presidente: - Podemos assegurar-lhe que deixou entre nós, com uma chama mais viva de um afecto ao Brasil, uma encantadora impressão de inteligência compreensiva, de aprumo, de bondade e simpatia irradiantes.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Entre todas as manifestações que foram feitas ao Chefe do Estado da nação brasileira avultam aquelas que partiram do nosso povo - humilde, mas generoso e nobre.

Sem tais manifestações a viagem do Dr. Café Filho não teria, nem cá dentro, nem no Brasil, o significado, a repercussão que nós esperamos que ela tenha, para uma maior aproximação das duas nações que marginam o Atlântico.

Devemos, como representantes da nação portuguesa, frisar aqui e pôr no mais alto relevo a sinceridade, o calor, a compreensão que o povo português manifestou a este propósito e a maneira como exprimiu os seus sentimentos a respeito da nação brasileira.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente:-Isto é muito no que toca à amizade entre os dois países, mas ainda é mais no que toca ao actual momento político português.

Foi possível que os dois Chefes de Estado, do Brasil e Portugal, atravessassem as ruas a pé no meio das aclamações e dos abraços da multidão das nossas cidades, despreocupados da sua segurança, confiados apenas e inteiramente à guarda e protecção do povo.

Este facto impressionou, sem dúvida, vivamente o Chefe do Estado brasileiro, e é de salientar sobretudo quando pensamos que lá por fora se faz um conceito tão errado da integração da situação política na consciência nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente:-Os dois Chefes de Estado puderam passear despreocupadamente, repito, confiados ao carinho da nossa boa gente - que é humilde, mas nobre e generosa.

Seja-nos licito este movimento de justo orgulho, que nos compensa de muita injustiça das paixões políticas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Neste momento só nos resta fazer votos pela boa viagem do Sr. Presidenta da República dos Estados Unidos do Brasil, aonde vai chegar com a certeza e a alegria de ter bem servido o seu pais ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - ... e desejar que esta visita, que tanto nos honrou e nos deu satisfação, sirva para integrar cada vez mais a comunidade luso-brasileira. Essa será a substância perdurável do transcendente acto político que acaba de realizar-se.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente:-Tão elevado acto diplomático só pôde ser possível devido à política externa que o Brasil e Portugal têm realizado ultimamente.

E a este propósito permitam-me VV. Ex.as que, em nome da Assembleia Nacional, me congratule com esse alto pensamento da nossa política externa que inspirou esta viagem.

É superiormente responsável por, ela S. Ex.a o Presidente da República Portuguesa. É seu grande inspirador o Sr. Presidente do Conselho. Foi seu colaborador e seu executor, com evidente inteligência, tacto e patriotismo, o- Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Não quero, meus senhores, terminar sem prestar em nome da Assembleia Nacional as homenagens desta Câmara à colónia portuguesa no Brasil.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - As nossas aclamações ao Brasil e ao sen Presidente onde devem ter encontrado maior vibração e alvoroço é precisamente no coração dos portugueses que mourejam nas terras hospitaleiras de Santa Cruz.

É graças ao trabalho infatigável e honrado dos nossos irmãos portugueses no Brasil, trabalho que vem sendo realizado desde séculos, é graças às suas qualidades, ao sangue e suor dos nossos irmãos portugueses, tão largamente derramados naquelas terras amigas, que foi possível continuar ao longo das gerações a fraternidade de sentimentos que está na base dda comunidade luso-brasileira

Ergamos os nossos corações pelo futuro do Brasil e dessa comunidade!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente:-Meus senhores: finalmente é ainda um acto de justiça que quero prestar.

A Assembleia Nacional recebeu no seu seio o Presidente da República Brasileira. Todos têm presente o esplendor dessa sessão. Mas para o brilho dela, para o prestigio desta Assembleia e do País, concorreu de forma relevante um dos mais destacados membros desta Camará, o Prof. Lopes de Almeida. Quero congratular-