Note-se, porém, que as Contas Gerais do Estado incluíram nos sargentos e praças muito importantes despesas com o material, que parece, melhor teriam ficado arrumadas numa rubrica de serviços gerais.

De facto, a despesa mais volumosa que através das contas se nota com a Aeronáutica respeita à conservação o aproveitamento do material de defesa e segurança pública, que, somando perto de 49 500 contos, se inseriu na rubrica «Sargentos e praças».

De entre as bases aéreas merece especial referência a das Lajes, com 11,6 por cento da despesa total do Subsecretariado.

No conjunto dos dispêndios, que totalizaram cerca de 133 000 contos, o pessoal consumiu 38,8 por cento, o material 53,3 por cento e o pagamento de serviços e diversos encargos 7,7 por cento.

É no entanto, possível que os gastos do Subsecretariado tenham sido um pouco superiores ao total indicado, em virtude de alguma percentagem lhe caber no abono de família aos funcionários, acidentes em serviço e despesas de anos económicos findos, que as Contas Gerais do Estado, na parte respeitante ao Ministério das Finanças, não discriminam por serviços.

Analisada a despega no âmbito dos Ministérios militares, poder-se-á agora avaliar dos gastos com a defesa nacional no seu conjunto.

Em 1952 o dispêndio com as forças armadas foi de cerco de 1 391 500 contos, o que, em relação à despesa total do Estado, representa uma percentagem de 23.8 por cento.

No ano de 1953 os gastos com a defesa nacional somaram perto de 1 710 400 contos, quantia que, relativamente à despesa total do Estado, se traduz na percentagem de 26,7 por cento.

Apesar de as despesas do Estado terem aumentado, verifica-se, nas forçam armadas, portanto, um acréscimo proporcionalmente superior e da ordem dos 319 000 contos. Este agravamente deve-se, em grande parta, a maiores dispêndios ao abrigo do plano suplementar de defesa.

Note-se, porém, que as Contas Gerais do Estado incluem nas despesas dos Ministérios da Marinha e do Exército determinados gastos que, em bom rigorismo, se não devem considerar, pelo menos na sua totalidade, como efectuados com a defesa nacional. É o caso, no primeiro dos referidos Ministérios, dos gastos com vencimentos a pessoal civil de organismos de fomento marítimo, organismos estranhos à marinha de guerra, duplicações orçamentais e reembolsos; no segundo Ministério é o que acontece com a despesa do Museu Militar e de certos serviços de instrução.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: O quadro V indica como foram realizados os dispêndios com as forças armadas.

(Em milhares de escudos)

Deste mapa infere-se que, do total da despesa ordinária, coube ao Exército 52,6 por cento, enquanto a Marinha e a Aeronáutica tiveram nos gastos, respectivamente, as percentagens de 30,3 por cento e 11,8 por cento.

No capítulo da despesa extraordinária, que apenas corresponde a 7 por cento dos gastos com a defesa nacional, os dispêndios verificaram-se no Exército e na Marinha com, respectivamente, cerca de 112 500 contos e 8000 contos, para ocorrer ao pagamento de todas as despesas com a manutenção de forças militares e navios destacados no ultramar.

Parece desnecessário comentar este gasto, que, embora de não elevado valor quando considerado no conjunto dos dispêndios com as forças armadas, merece, pelo fim a que se destina, ser objecto de especial menção.

Para satisfação de despesas militares em harmonia com compromissos tomados internacionalmente despendeu-se em 1953 a quantia de 468 500 contos, que representa 27,4 por cento dos gastos com a defesa nacional.

É um contributo pesado, que de boa mente, a Nação deve aceitar, dada a actual conjuntura europeia e mundial.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Na totalidade dos gastos com as forças armadas, corrigidos agora com a despesa extraordinária e plano suplementar de defesa, verifica-se que o Exercito consumiu 52,8 por cento, a Marinha 28,5 por cento e a Aeronáutica 13,4 por cento, isto é: os dispêndios relativos podem, sensivelmente, representar-se pela proporção 4:2:1.