situação do comércio, já de si instável e agora submetida a nova provação.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - É que Viana do Castelo, que também é Portugal, tem vindo a sofrer ao longo dos anos duros golpes, pela privação de certos serviços públicos, que, além de prestigiarem e engrandecerem a cidade, constituíam um importante factor do seu progresso económico.

Assim, viu desaparecer a direcção dos correios, suprimir a Junta Geral do Distrito e reduzir de central a nacional o seu liceu.

E agora cabe, infelizmente, a vez à transferência do regimento de artilharia ligeira n.° 5.

Em face destas circunstancias, afigura-se-me que se impõe a necessidade de Viana ser compensada de tantos reveses que imerecidamente tem sofrido.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-E essa compensação, se não pode ser dada no campo militar, podê-lo-á ser noutros domínios, pois há serviços públicos cuja instalação na cidade é instantemente reclamada pelas exigências do seu desenvolvimento.

Nesta ordem de ideias, pode desde já efectuar-se essa compensação, ou elevando-se de nacional a central o liceu, ou criando-se uma escola agrícola ou uma escola do magistério primário.

Se o Governo assim fizer, não só prestará um acto de justiça, compensando Viana do Castelo dos prejuízos que lhe têm sido impostos e que abnegadamente tem suportado, como dará ainda legitima satisfação às suas prementes aspirações e necessidades.

Confio, pois, em que a minha terra não será esquecida e antes terá oportunidade de louvar o Governo da Nação por um acto de justiça e reparação, que Viana do Castelo bem merece pelo seu fervor patriótico e inabalável devoção à causa nacionalista.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

dos tempos presentes colocam os factos acima dos sentimentos, mesmo os mais respeitáveis, como no caso presente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:.-Mas, porque assim é, quero aproveitar a oportunidade para recordar que o mesmo diploma que ditou a transferência dos artilheiros para fora de Viana determinou que para Braga voltasse o regimento de cavalaria n.° 6, hoje no Porto, mas prestes a ser colocado em outro ponto do Pais.

E as circunstâncias parecem propícias à satisfação dos desejos da capital do Minho, pois dentro de semanas os soldados de infantaria n.° 8 irão ocupar os magníficos edifícios do seu novo aquartelamento, deixando vagas as instalações, para as quais poderia transitar a cavalaria, pelo menos enquanto se não constrói o quartel destinado a esta, cujo terreno já o Estado comprou há anos.

Aqui deixo formulado este pedido, que certamente o Governo não deixará de tomar na devida consideração.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Sr. Presidente: já que estou no uso da palavra, neste fim da sessão legislativa, a poucos minutos do encerramento da Assembleia Nacional, portanto quando o tempo não sobra para divagações, quero também dizer a V. Ex.ª muito fugidiamente, que em 1958 passará o nono cinquentenário da fundação do Hospital de S. Marcos, de Braga, fundado em 1508 pelo grande arcebispo que se chamou D. Diogo de Sousa.

São quatro séculos e meio de intensa prática da caridade cristã, que Braga se propõe celebrar com a grandeza condigna de acontecimento de suma importância na vida da metrópole portuguesa do catolicismo.

Vozes: - Muito bem!

Revolução não se limita a prometer - cumpra sempre, e a tempo, o que promete.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Alberto Cruz: - Sr. Presidente: em aditamento às palavras que acabam de ser proferidas pelo ilustre Deputado Sr. Dr. Elísio Pimenta, devo dizer que Braga bem necessita da construção imediata do seu hospital regional, porque, situando-se o hospital de Braga num centro populacional como é o Minho, só pode actualmente comportar duzentos e poucos leitos e é absolutamente indispensável que o hospital tenha, pelo menos, quinhentos a seiscentos leitos para bem poder cumprir a sua missão.

Quero, pois reforçar o pedido feito por S. Ex.ª, na certeza de que o hospital não fique só como padrão da