serviços, traduzidos em programas e métodos de trabalho que não são convergentes para a mesma finalidade.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

.. não como frases literárias, mas como realidades concretas e atingíveis: para cada braço, uma enxada; para cada família, o seu lar; para cada boca, o seu pão

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Lacerda Aroso: - Sr. Presidente: acabo de ter conhecimento de que, pelo Ministério do Ultramar, foi enviada para o Diário do Governo uma portaria que visa a preservar a ilha de Moçambique de danos irremediáveis para o seu valor histórico, artístico e arqueológico.

E demais conhecido o alto significado que tem na nossa história àquela formosa ilha da costa do Índico. Não só deu o nome à grande província ultramarina portuguesa que lhe fica fronteira, mas é na nossa África o local onde se reúne o maior conjunto de monumentos de grande valor histórico-arquitectónico.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ponto de contacto de civilizações, a ilha de Moçambique, evoca aos Portugueses o caminho marítimo para a índia, os heróis das conquistas no Oriente, os santos que para a fé e a civilização trouxeram os povos que civilizaram, os sábios e navegadores que tornaram o Mundo maior.

Talvez que no seu palácio de S. Paulo vice-reis descansaram da longa jornada que os levava para a cidade de S. Francisco Xavier e sonharam as batalhas e as vitórias que os consagraram na história.

Nas Igrejas de Nossa Senhora da Saúde e da Misericórdia missionários rezaram com fervor pela conversão dos infiéis e se confirmaram no voto de servir a Deus.

No fortim de Santo António soldados sofreram cercos, fome e sede, curtiram febres, morreram, para que a bandeira de Portugal continuasse desfraldada aos ventos da monção.

Na Praça de S. Sebastião comerciantes e marinheiros sentiram o apelo do desconhecido nas relações com nativos e tripulantes que vinham do Oriente.

O seu núcleo urbano, o mais antigo existente em Moçambique, não pode nem deve perder as suas características, pois é parte integrante da história e forma um conjunto arquitectónico sem igual.

Significa o esforço contínuo de gerações na luta contra a natureza.

Conservar os padrões de glória que os antepassados nos legaram é obrigação a que não podem eximir-se nações civilizadas; eles constituem um património que não é só nosso, por pertencer a todos os portugueses enquanto o Mundo existir.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-A política do espírito e a exaltação dos valores morais que no Sr. Ministro do Ultramar têm um dos seus mais fiéis e fervorosos intérpretes concretiza, nesta disposição do Governo, uma das suas últimas grandes realizações.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-O Sr. Comandante Sarmento Rodrigues pode confiar que a Nação inteira compreende o largo alcance da medida que acaba de tomar e a ela fica devendo a certeza do que os monumentos da ilha de Moçambique continuam a ser, para todos nós, lugar do romagem sagrada, onde os pais ensinarão aos filhos o orgulho a que têm direito e os deveres a que estão obrigados por terem nascido portugueses.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Sousa Rosal: - Sr. Presidente: duo os jornais de hoje a notícia da reunião do conselho geral da F. N. A. T., que ontem apreciou o relatório e contas da gerência deste organismo durante o ano findo.

Por unanimidade aprovou e louvou o comando e labor da sua direcção e designadamente a acção do seu presidente.

Os números publicados dão a medida da notável política desenvolvida para a valorização do trabalhador, através das suas actividades culturais e na procura do seu bem físico pelo exercício do desporto e utilização dos refeitórios económicos e das colónias de férias, isto ao mesmo tempo que se liquidam os seus velhos empréstimos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Na notícia publicada despertou-me particular atenção o anunciado início da colónia de férias do Cabo do Mundo, para servil o activo e bom trabalhador nortenho. Merece a direcção da F. N. A. T. todo o louvor e todo o aplauso por mais esta feliz iniciativa que uma bem orientada e equilibrada administração torna possível.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Esta particular atenção foi solicitada pelo conhecimento que tenho de alguma coisa que não está conforme com as boas regras de administração seguidas neste sector, que tanto está prestigiando a norma social por nós escolhida.

Há muitos anos iniciou a F. N. A. T. a construção no Algarve, em Albufeira, de um edifício destinado a colónia de férias para filhos de trabalhadores.

Em dada altura da sua construção foi reconhecido que essa actividade não devia ser da competência da F. N. A. T., e assim não chegou ao fim a construção do edifício. Nele se gastaram cerca de 3000 contos e, porque está abandonado há cerca de cinco anos, o mar e o tempo têm feito nele sérios prejuízos e acabarão