por transformar em tristes ruínas o que deveria ser uma carinhosa realização.

Isto leva-me a aproveitar esta oportunidade para solicitar do Sr. Ministro das Corporações uma pronta intervenção no sentido de se apagar esta nódoa negra na feliz orientação e administração deste compartimento tão apreciado e estimado por todas as categorias no nosso mundo do trabalho, providenciando para que o edifício da Albufeira seja adaptado a colónia de férias para trabalhadores, a fim de servir o Sul, que também tem os seus direitos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Nenhuma colónia de férias ficaria tão bem localizada como esta, a erguer na costa algarvia, que de toda a costa portuguesa é sem favor a mais aprazível e benéfica para tal fim, dadas a tranquilidade do seu mar, a beleza rara da sua costa e da paisagem que sobre ela se debruça e as suas magnificas condições ambientais, que rivalizam com as melhores do Mundo.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado,

prodigiosamente - ia a dizer assustadoramente- de ano para ano.

No ano lectivo de 1944-1945 matricularam-se 148 alunos, no de 1950-1951, 210, números que continuaram a trepar nos anos seguintes, sendo no passado ano 386 e no actual 451 alunos, com a agravante de que a frequência feminina é quase um terço da masculina, o que torna ainda mais difícil o problema das instalações, e isto numa terra onde não há colégios, nem são de esperar iniciativas para os fazerem existir, recorrendo, pois, todas as famílias naturalmente ao liceu.

Basta, portanto, olhar para logo ver... ver tudo isto, e ver também que não há harmonia alguma entre a atitude de fomentar a instrução e a necessidade -que nos ameaça- de fechar as portas do liceu, por falta de lugar, àqueles que o pretendam frequentar (e ele, como já disse, não admite ampliação).

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Mas não é a Junta Geral do Distrito Autónomo que tem a seu cargo os serviços de instrução do distrito? Sem dúvida; mas o que ela tem a seu cargo é, sobretudo, o pagamento desses serviços, e o que ela não tem, nem admira, é meios com que possa tomar a iniciativa de empreender a construção de um liceu, como as circunstâncias exigem.

No entanto, porque a palavra "autónomo" não significa nas ilhas mais do que simples arranjo administrativo, com vantagens para o distrito, mas também para o Estado, nada se opõe a que o Governo estude a resolução do problema, embora em termos de compreensível e comportável colaboração das entidades interessadas, uma das quais parece que não pode deixar de ser o próprio Estado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -Quanto ao porto, necessidade já tão falada e demonstrada -e cada vez mais imperiosa-, venho apenas lembrá-la, limitando-me a pôr em relevo os seguintes elementos, que são, aliás, do conhecimento público: no ano de 1952 o número de navios entrados em Angra foi de 337 e na baia da Praia de 95, perfazendo um total de 432 navios entrados na ilha Terceira, com um movimento de mercadorias de 141919 t; no mesmo ano o movimento de passageiros foi em Angra de 23 396; no ano de 1954 entraram em Angra 394 navios, com um movimento de passageiros de 24 142, e na baía da Praia 122 navios, ou seja um total de 516 navios entrados na mesma ilha e que nela descarregaram ao todo 172 801 t de carga.

Perante estes números - simples notas de uma escala em constante ascendência- afirmo unicamente que parece ser chegado o momento de o Governo mandar fazer na Terceira um porto que satisfaça as condições devidas e correspondentes à importância dos números citados e à própria importância aeronáutica atingida por aquela ilha.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Resta-me aludir ao projectado hospital regional de Angra, embora apenas para formular o voto de que sejam rapidamente removidos quaisquer obstáculos à respectiva realização, a qual o distrito aguarda com a expectativa e a antecipada gratidão devidas a uma obra que se anunciou como totalmente custeada pelo Estado.

Tenho confiança, Sr. Presidente, em que o Governo vai por certo dispensar a melhor atenção às grandes necessidades a que acabo de me referir.

Tenho confiança tanto maior quando penso que, se a ilha Terceira - a Terceira das tradições históricas e fidalgas, terra do patriotismo leal e sempre constante, da generosidade heróica e desinteressada-, pode ainda contentar-se com a honra de o ser, não é, todavia, justo nem conveniente que o Estado a deixe continuar apenas com a legítima ufania de tão belos títulos, quando o beneficio da satisfação das necessidades apontadas não reverte somente em favor dela, mas coincide, flagrante e felizmente, com o próprio brio da Nação numa ilha que, aos olhos dos numerosos estrangeiros que nela vivem e por ela passam, não pode deixar de constituir, de alguma maneira, espelho da vida nacional, através de que os estranhos podem ajuizar dos portugueses.

Eu tenho confiança, Sr. Presidente.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente:-Está em discussão na generalidade a proposta de lei relativa à alteração e revisão do Plano de Fomento.