tingue-se e impõe-se como um exemplo vivo e deveras impressionante. Creio, Sr. Presidente, não ser preciso recordar, neste momento, tantas emergências difíceis da vida nacional em que a Beira tem sido precioso elemento de salvação e de resgate. Nunca a Beira faltou quando a Pátria reclama o seu sacrifício. Forte na sua perfeita unidade, invencível na sua inalterável coesão, ela não cede o seu lugar na defesa da ordem e do interesse nacional.

Em todas e quaisquer emergências pode o Governo da Nação contar absolutamente com a sua devoção patriótica.

A Beira conta também, e em todas as circunstâncias, com o Governo da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

pavor, da dor moral, bem pior quantas vezes que a dor física; e, não contente com isso, essa inclemência da natureza dizimou a fazenda, desde o granjeio da poupança do pobre ao equilíbrio esforçado da gente de médios haveres, destruiu lares, arrumando muitas pessoas para a delicada tarefa de tudo ter de recomeçar!

Pode, assim, bem dizer-se, Sr. Presidente, que a desgraça, a negra desgraça, andou à solta por aquele infeliz concelho de Castelo Branco, envolta em nuvens de luto e de infortúnio, esse luto e esse infortúnio que haviam de ficar, depois a assinalar-se em tristezas e em desolações!

Recolheram-se ali por essa ocasião provas da mais pura e iniludível solidariedade do País, desde a do mais alto magistrado da Nação à da mais humilde pessoa, que, de lágrimas a brotar-lhe da alma, ainda reunia, apesar de tudo, forças para tratar dos feridos, valer aos aflitos, remover escombros, trabalhar para que a vista, pelo menos, se distraísse, o mais cedo possível, daquele inicial panorama de ruína e de destruição.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A gente da cidade de Castelo Branco e do seu distrito, como não podia deixar de ser, está agradecida a esse reconforto moral que recebeu dos mais variados sectores do País, a começar pelo do Governo, que, imediata e prontamente, ali acudiu com as honrosas e dinâmicas presenças de alguns dos seus membros, como as de SS. Ex.ªs os Srs. Ministro das Obras Públicas e Subsecretário de Estado da Assistência, os quais foram operosos e rápidos nas primeiras medidas que as circunstâncias reclamavam.

Vozes: - Muito bem!

desse estado de ruína que ainda hoje por ali se avista.

É que não é só a parte, digamos, urbana que denota os referidos estragos.

Há arvoredo derrubado, principalmente oliveiras - produto de aturadas economias de pequenos proprietários, que relembram agora o mau passadio, voluntariamente vívido, perante tão malograda recompensa! -, cujo esforço, só de replantação, está calculado em 5000 contos!

E o tempo necessário para os frutos darem compensação?

Serão talvez precisos para isso dez, quinze anos, período dentro do qual é certa a ausência de rendimento!

Ora, perante a surpresa do golpe sinistro, destruidor, nenhuma das respectivas vítimas está em condições de se abalançar a essa empresa sem aquelas razoáveis ajudas que, no caso, parecem dever vir mais do coração do que das operações da contabilidade mercantil.

Que soluções encarar então para estes casos?

Um empréstimo amortizável a longo prazo, com juro muito módico ou até sem ele e, em qualqu er hipótese, sem complicações de muita papelada e de muitos pareceres e relatórios?

Não sei, Sr. Presidente, nem a mim me compete, sequer, sugerir caminhos.

Espero ou, talvez melhor, esperamos, no entanto, que o Governo, de coração aberto e de inteligência bem atenta, como até agora tem demonstrado estar, ao infortúnio e à dor, tua inesperadamente semeados naquela prestável e fiel região da Beira Baixa, estude e adopte as medidas de que os acontecimentos parecem ser merecedores.

Se o puder fazer dará mais uma frutuosa lição e um destacado exemplo de caridade e de humanização da vida nacional!

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Vaz Monteiro: - Sr. Presidente: pedi a palavra a V. Ex.ª para me referir ao grande acontecimento que foi a visita de S. Ex.ª o Presidente da República às províncias ultramarinas de S. Tomé e Príncipe e de Angola.

Tendo esta visita resultado num acontecimento político de largo alcance para o País, ela veio revelar os