o casto tem de ser forçosamente mais elevado e a produção unitária é mais escassa.

A exportação para o estrangeiro, cada vez mais dificultada pelo aumento geral da produção, pelos preços mais acessíveis e por maior proximidade dos mercados, não é de molde a trazer solução completa para o problema através do esgotamento do excedente de uma produção anual que já excede a dezena de milhões de hectolitros.

É certamente animador o grande incremento da exportação para as províncias ultramarinas, e especialmente para Angola, e não pode negar-se a sua benéfica influencia; mas ela está longe de atingir e nunca poderá constituir um volume tal que sequer absorva o alarmante aumento de produção que os novos plantios estão a originar.

Mas esta importante fonte de esgotamento pode tornar-se cada vez mais abundante e atingir mesmo grande relevância na concorrência com as bebidas cafreais, se o Governo a amparar, a impulsionar desde já, entre outras medidas, com a redução dos fretes marítimos e terrestres e dos encargos aduaneiros e estabelecer nos armazéns do destino e, quanto possível, junto do retalhista a fiscalização rigorosa da genuinidade do produto, fiscalização esta que, segundo informação oficial que requeri e me foi fornecida, não se faz.

É de considerar também a possibilidade da utilização de um sistema mais económico de embalagem ou acondicionamento no transporte dos vinhos para o ultramar.

São estes os aspectos que me proponho contemplar, em presença de alguns elementos que requeri e obtive através da Presidência da Assembleia, e tendo especialmente em vista abrir debate sobre um dos móis transcendentes assuntos que interessam à economia nacional.

Tenho dito.

O Sr. Cortês Lobão: - Sr. Presidente: na sessão do dia 25 de Fevereiro passado, como vem publicado no Diário das Sessões n." 37 requeri, pelo Ministério da Economia, várias informações.

Apesar da urgência não entraram até hoje na Assembleia Nacional os elementos pedidos.

Peço a V. Ex.ª, Sr. Presidente, o maior interesse para que me sejam fornecidos com urgência esses elementos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Vou mandar insistir pela satisfação do requerimento de V. Ex.ª

O Sr. Pinto Cardoso: - Sr. Presidente: na última sessão legislativa não me foi possível, devido aos meus afazeres profissionais, intervir directamente nos trabalhos desta Assembleia.

Os mesmos motivos me levaram, por vezes, a incomodar V. Ex.ª, pedindo me relevasse a falta de assiduidade. V. Ex.ª, amavelmente, sempre me atendeu.

Contudo, não deixei de seguir, atentamente, tudo quanto nessa primeira sessão se realizou.

Sr. Presidente: é esta a primeira vez que tenho a honra de falar nesta Câmara.

Ao fazê-lo, quero começar por lembrar as justíssimas homenagens que tem sido prestadas a V. Ex.ª, às quais me associo com a sinceridade que sempre tenho posto em todas as coisas da minha vida e sem qualquer intuito de lisonja.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tinha já uma respeitosa consideração por V. Ex.ª, mas só no decorrer dos trabalhos desta Assembleia tive ocasião de, mais de perto, apreciar as suas qualidades e, Sr. Presidente, não sei que mais admirar, se a invulgar inteligência, se o aprumo moral e carácter integro, se a austeridade cheia de simpatia, se, ainda, a forma como em perfeito equilíbrio V. Ex.ª conjuga tantas qualidades e as põe ao serviço desta Casa. Faço votos, Sr. Presidente, para que Deus o conserve entre nós por muitos anos, para que continuemos a ter um bom amigo e, em toda a acepção da palavra, um bom conselheiro.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Permita-me V. Ex.ª que dirija também algumas palavras aos ilustres Sr s. Deputados.

Palavras de saudação e, com elas, a afirmação de quanto tenho apreciado e me têm sido úteis os ensinamentos colhidos através dos vossos discursos e intervenções. Faço-lhes os melhores cumprimentos e ofereço uma leal camaradagem e espírito de colaboração em tudo quanto seja para servir a nossa pátria. Para isso aqui estou.

Sr. Presidente: encontro-me neste lugar sem que para tal tenha feito qualquer diligência. Devo à Guiné, onde vivi quase uma dezena de anos, o honroso cargo que fui chamado a desempenhar. Recordo com saudade o tempo que ali permaneci e onde devotadamente trabalhei.

Lá deixei amigos que não esqueço e foram eles que me trouxeram perante V. Ex.ª

Em representação daquela província, aqui estou, não para defender os seus interesses, acautelados pelo seu hábil governador, e que nunca foram nem são esquecidos por outro, que foi seu governador ilustre, ali sempre lembrado e querido - o Sr. Ministro do Ultramar.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!