Em relação à origem dos financiamentos observa-se que as maiores verbas que aguardam realização provêm do Orçamento Geral do Estado, das instituições de crédito e previdência e do autofinanciamento, sendo de frisar que a parte das empresas seguradoras não teve qualquer movimento.

Financiamentos ao Plano de Fomento a realizar durante 1954 e financiamentos executados até 30 de Setembro

(Em milhares de contos)

(ver tabela na imagem)

Se se agruparem os financiamentos consoante a sua origem - públicos, previdência e privados -, nota-se que a contribuição de origem privada para o total do realizado até 30 de Setembro orça por 50 por cento.

Ainda que se deva ter em conta, ao medir o alcance desta verificação, a circunstância de o retardamento de certos financiamentos se filiar, por vezes, na dilatação do prazo fixado para os estudos preliminares e o facto de os capitais da previdência só poderem ser investidos em certos empreendimentos, mesmo assim - é de sublinhar-se mais uma vez a maneira como o sector dos capitais privados tem reagido às exigências do Plano.

Origem dos financiamentos do Plano de Fomento em 1964 e respectiva utilização

(Em milhares de contos)

(ver quadro na imagem)

40.º Do que fica exposto resulta poder afirmar-se que as realizações do Plano de Fomento durante 1954 e até 30 de Setembro permitem a convicção de que, até final do ano, se não dará completa execução ao programa de 1954. Para tanto, haveria que proceder, nestes últimos três meses, a financiamentos no valor de 1295 958 contos (57 por cento do total) até 31 de Dezembro.

A balança de pagamentos A composição da balança de pagamentos pode averiguar-se pelo exame do quadro seguinte:

(Em milhares de contos)

(ver quadro na imagem)

donde se conclui que a balança comercial contribui negativamente para a formação da balança de pagamentos, cujos superavits são obtidos por força do saldo de invisíveis (invisíveis correntes + operações de capital). Pouco se pode dizer sobre as características e evolução da rubrica «Invisíveis», uma vez que, quanto à metrópole, se possuem dados comparáveis apenas a partir de 1949 e, no que respeita ao ultramar, os invisíveis são calculados por estimativa e aparecem na balança com uma posição quase constante e elevada - cerca de 600 mil contos.

E de registar, todavia, que a grande fonte de receitas invisíveis se situa nos países membros da União Europeia de Pagamentos.

Era diferente a situação antes da existência da União Europeia de Pagamentos: a grande massa das nossas receitas invisíveis provinha, então, de países não europeus.

O saldo de invisíveis com os países europeus membros da União, ao nível a que se tem situado nos últimos anos, deve constituir um facto novo.

Porque esse facto novo, em parte, será devido ao aproveitamento, por outros países membros, das facilidades que lhes são consentidas pelo próprio mecanismo da União, ao prever-se a evolução desta fo nte de receitas não se deverá ser demasiado optimista. A balança comercial da metrópole continua a ser sistematicamente negativa.