Câmaras de compensação

(ver quadro na imagem) É de assinalar o aumento da compensação em 1954. Deve notar-se que o progresso da compensação, além de indicar o alargamento do uso do cheque, significa também uma maior actividade das transacções.

(ver quadro na imagem) A quantidade de títulos transaccionados nos primeiros nove meses de 1954 ultrapassou a de todo o ano de 1953 em cerca de 430 000 títulos. Se conjugarmos esta actividade das Bolsas com a alta das cotações - alta bastante substancial para a maioria dos grupos cie títulos de rendimento variável -, é lícito inferir-se que a procura supera a oferta. Esta disposição paxá o investimento constitui tendência que importa fixar c utilizar na intensificação orientada de empreendimentos económicos.

Realização (números provisórios)

(Em milhares de contos)

(ver quadro na imagem) Verifica-se que nos primeiros nove meses de 1954 as receitas ordinárias excederam a soma das despesas ordinárias e extraordinárias em 793 milhares de coutos. Nota-se que já em igual período de 1953 se verificou excesso e que durante o resto do ano, por efeito de liquidações de fim de ano e outras operações, tal excesso desaparece, resultando que, praticamente, as receitas ordinárias estão a cobrir a soma das despesas ordinárias e extraordinárias.

Saldo da conta corrente do Tesouro no Banco do Portugal

(Em milhares de escudos))

(ver quadro na imagem)

(a) Valores calculados sobre os índices de preços por grasso do Instituto Nacional do Estatística. (Base - Junho, 1927 - 100). Regista-se também o alto nível alcançado pelas disponibilidades do Tesouro no Banco de Portugal.

É de notar que nível de disponibilidades superior ao que se registou em 30 de Outubro de 1954 só se verificou, consecutivamente, de 1942 a 1946, inclusive.

Situa-se este período na conjuntura da guerra, que para nós se traduziu em período de engrandecimento de disponibilidades sem possibilidade de utilização uma vez que os centros de produção estrangeira não estavam em condições de nos abastecer. Além disso, nesse período, as características do meio circulante justificaram, ou impuseram mesmo, essa imobilização de disponibilidades por parte do Estado.

Nota-se, no entanto, que logo a partir de 1947 se entrou em período de grandes aplicações, devolvendo-se ao mercado os meios monetários que no período anterior foi necessário retirar-lhe.

De 1950 a 1954 as disponibilidades do Tesouro crescem incessantemente, e este crescimento não é imposto pela necessidade de manter-se a estabilidade financeira interna, nem favorece o clima de fomento económico em que o País vive.