Francisco Cardoso de Melo Machado.

Francisco Eusébio Fernandes Prieto.

Gaspar Inácio Ferreira.

Gastão Carlos de Deus Figueira.

Henrique dos Santos Tenreiro.

Herculano Amorim Ferreira.

Constantino Sócrates da Costa.

João Alpoim Borges do Canto.

João Carlos de Asais Pereira de Melo.

João Cerveira Pinto.

João Luís Augusto das Neves.

João Mendes da Costa Amaral.

Joaquim. Dinis da Fonseca.

Joaquim de Pinho Brandão.

Jorge Botelho Moniz.

José Dias de Araújo Correia.

José Garcia Nunes Mexia.

José Maria Pereira Leite de Magalhães e Couto.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís de Azeredo Pereira.

Luís Maria Lopes da Fonseca.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Manuel de Magalhães Pessoa.

Manuel Maria Múrias Júnior.

Manuel Maria Vaz.

Manuel Marques Teixeira.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Trigueiros Sampaio.

D. Maria Leonor Correia Botelho.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Beis.

Mário de Figueiredo.

Paulo Cancella de Abreu.

Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Ricardo Vaz Monteiro.

Sebastião Garcia Ramires.

Venâncio Augusto Deslandes.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 72 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 40 minutos.

O Sr. Presidente: - Vai ler-se o

Do speaker da Câmara dos Comuns a agradecer o telegrama de felicitações do Sr. Presidente pelo aniversário do Primeiro-Ministro Britânico, Winston Churchill, e a afirmar o seu reconhecimento por tão distinta atenção, que foi comunicada ao homenageado.

O Sr. Presidente: - Sabe a Camará que faz hoje precisamente cem anos que faleceu o grande escritor Almeida Garrett, cujo centenário tem sido devidamente comemorado.

A Assembleia Nacional não quererá deixar passar este dia sem lhe prestar as suas homenagens. Vou conceder a palavra, para o efeito, ao Sr. Deputado Abrantes Tavares.

O Sr. Abrantes Tavares: - Sr. Presidente: ao tomar a palavra pela primeira vez nesta sessão, renovo a V. Ex.ª os meus cumprimentos de muita consideração e respeito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Li algures ser necessário separar em Garrett o político do literato. Persuado-me, porém, haver uma unidade íntima entre o político, sacrificando embora à mitologia do século, e o artista, que nas fontes vivas da tradição nacional buscava os elementos criadores de uma nova maneira literária, com a frescura e graça da perdida originalidade. Num e noutro caso Garrett procurava, ainda que com resultados diferentes, reconduzir a Nação, não só às suas Lídimas tradições políticas, obliteradas pelo despotismo esclarecido de Pombal, mas, pelo repúdio dos modelos clássicos, servilmente imitados por uma literatura decadentista, a que faltava audácia criadora, resgatar de imerecido esquecimento a riqueza de temas, só ignorados dos maus cultores das letras, mas ainda vivos na tradição popular.

Esta dupla restauração - da sensibilidade, pela arte literária renovada e reconduzida às fontes de que brotara e a individualizaram; da política, pelo regresso, ou o que supunha ser o regresso, as tradições históricas da Nação - marcaria, mo pensamento de Garrett, a regeneração que todos ambicionavam, anos sem atinar com os caminhos certos para a atingir. No fundo, e em que pese aos que sustentam o contrário, a acção política e literária de Garrett vinha a unificar-se no pensamento mais amplo do ressurgimento nacional, ma grandeza moral e material da Nação. E foi este, de todos os amores de Garrett, aquele a que se manteve apaixonadamente fiel na sua pouco longa mas intensa vida. Amou e serviu Portugal até à exaustão, com o corpo e com o espírito, com dores e escárnios, mas com apaixonada e inalterável fidelidade.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Das seduções do liberalismo, então em plena e vitoriosa expansão, não logrou livrá-lo a influência do meio em que se criara e fora educado, mas o trato assíduo das humanidades clássicas, a que o tio bispo o submetera, deu a Garrett o sentido da ordem e da disciplina intelectual e o gosto da forma, precisa e bem talhada. Este sentido da ordem, do equilíbrio, que em Garrett foi paixão sempre viva, o livrou dos excessos demagógicos de que se tornaram culpados os seus contemporâneos, os quais, por isso, o escarneciam, chamando-lhe «ordeiro». Nunca se perdeu nas abstracções ideo-