Gastão Carlos de Deus Figueira.

Herculano Amorim Ferreira.

João da Assunção da Cunha Valença.

João Luís Augusto das Neves.

Joaquim de Pinho Brandão.

Joaquim de Sousa Machado.

José Garcia Nunes Mexia.

José Maria Pereira Leite de Magalhães e Couto.

José Sarmento Vasconcelos e Castro.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís Maria Lopes da Fonseca.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel de Magalhães Pessoa.

Manuel Monterroso Carneiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Trigueiros Sampaio.

Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.

Mário de Figueiredo.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Ricardo Malhou Durão.

Ricardo Vaz Monteiro.

Urgel Abílio Horta.

Venâncio Augusto Deslandes.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 58 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas.

O Sr. Presidente: - Estão na Mesa os elementos fornecidos pelo Ministério da Economia em satisfação do requerimento apresentado na sessão de 15 de Dezembro último pelo Sr. Deputado Proença Duarte, a quem vão ser entregues.

Estão também na Mesa os elementos fornecidos pelo Ministério da Economia em satisfação do requerimento apresentado na referida sessão pelo Sr. Deputado Paulo Cancella de Abreu. Vão ser entregues a este Sr. Deputado.

Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado António Rodrigues.

O Sr. António Rodrigues: - Sr. Presidente: nesta quadra do ano, em que todas as empresas, singulares ou colectivas, nos mais diversos ramos de actividade, dão balanço ao seu activo e passivo, a lavoura do distrito da Guarda parece preferir que findem uns anos e se iniciem outros sem conhecer a sua verdadeira situação económica.

Por mais que o facto pareça estranho, chego a convencer-me ser benéfico tal procedimento.

Dedicou-se à cultura da batata, com entusiasmo, e viu o seu trabalho devidamente remunerado durante longos anos.

Seguiu-se um período de incerteza de preço e até de incerteza de colocação nos centros consumidores, ainda que por qualquer preço.

As doenças que invadiram os batatais, de difícil e oneroso combate, fizeram o resto, de todos sobejamente conhecido: importantes zonas produtoras passaram a ser importadoras do precioso tubérculo, e este, que era a base da alimentação de ricos e pobres, passou a encontrar-se apenas na mesa de poucos privilegiados. Não foi preciso que os números falassem para que o entusiasmo viesse a ser substituído pelo desânimo e o desinteresse.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- É certo que o preço da batata agora praticado está a interessar de novo alguns lavradores, mas duvido de que o volume da sua produção possa atingir o que já teve.

A mesma lavoura, principalmente a dos concelhos do vale do Mondego e das encostas da serra da Estrela, dedicou-se depois à criação de gado ovino, com o entusiasmo que havia posto na cultura da batata.

Verifico, porém, que começam a surgir preocupações entre os criadores e que alguns estão a reduzir e até a pôr termo à sua actividade pecuária. Receio que os restantes, felizmente ainda numerosos, lhes sigam o exemplo, se fizerem um exame atento à sua situação económica, no fim de qualquer ano de trabalhos, nem sempre isentos de cuidados e sacrifícios.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Como disso resultariam incalculáveis prejuízos para a região, espero que a lavoura continue a não fazer contas, e nessa esperança ousei considerar louvável semelhante procedimento. Mas, enquanto é tempo, não valerá a pena encarar atentamente tão importante problema?

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Sr. Presidente: se o quisermos resolver, como merece, afigura-se-me necessário: Fomentar a criação pecuária;

c) Melhorar as condições de fabrico do queijo;

d) Facilitar a sua colocação no mercado a preço remunerador.

E desde já posso afirmar, sem receio de errar, que de nada servirá dizermos ao lavrador que deve ter mais e melhores animais, ou que deve fabricar um tipo uniforme de queijo, se não lhe proporcionarmos os processos zootécnicos apropriados e não lhe ministrarmos os convenientes ensinamentos.

Pelo Decreto n.º 403, de 3 de Abril de 1914, foi criado em Gouveia um posto zootécnico para seleccionar a raça ovina e caprina da localidade e melhorá-la nas suas aptidões. Devia funcionar nos terrenos municipais situados no Penedo Gordo, do concelho de Gouveia.

No mesmo local, simultâneamente com o posto de selecção, haveria um posto de colonização, na previsão de que alguns criadores quisessem melhorar os seus animais por meio de cruzamentos com raças estrangeiras ou tentar a adaptação destas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Foi curta a sua duração. Logo em 1923 o posto foi extinto e vendidos para o talho os mestiços nele existentes, por não dispor de elementos para realizar a obra útil que se propunha, na opinião do Prof. Miranda do Vale.

Decorrido tão longo lapso de tempo, não posso deixar de lamentar que os criadores continuem a ignorar qual a raça de ovinos a que devem dar preferência nas condições locais de alimentação e de clima.

Predominam as raças merina e churra, que os criadores adquirem indiferentemente, conforme as existentes