dade dos seus serviços, que poderiam ser aproveitados em missão de tanta responsabilidade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: a crise do Douro é motivo que não se esgota numa intervenção ligeira como a que acabo do fazer.

O seu agravamento sente-o bem a economia da Nação. A crise constante de que sofre repercute-se na crise vinícola nacional, embora haja de considerar-se o vinho do Porto sob um aspecto diferente e superior à crise de outras regiões.

ão pode nem deve tentar-se alterar o lugar de superioridade que mantém e que representa como valor positivo da nossa balança comercial. Não se confondam objectivos realizados e demonstrados com ambições num futuro incerto. O problema do Douro é um problema inteiramente nacional. É o problema básico da nossa crise vinhateira. E dar ao Douro - zona absolutamente caracterizada e privilegiada- todo o auxílio de que carece para vencer as suas dificuldades é o que nós pedimos ao Governo, convencidos de que ele nos ouvirá e atenderá.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - Sr. Presidente: as minhas palavras, reflexo do meu sentir e do meu pensar, são grito de alarme em favor da sacrificada e desgraçada região do Douro.

Dessa crise só resultam prejuízos para a economia da Nação, que sempre teve no vinho do Porto auxiliar reconhecidamente poderoso. Haja compreensão, boa vontade, desinteresse e coragem para encarar de frente o problema.

Não se adultere a verdade dos factos, ao sabor de conveniências e egoísmos. Procuremos, por tudo e acima de tudo, ser justos e ser humanos, olhando o problema sob todos os aspectos e dedicando ao suciai a importância de que se reveste.

Por mim, continuo a confiar no Governo que nos dirige e na sábia orientação que lhe imprime o Sr. Presidente do Conselho.

E confiar no Sr. Presidente do Conselho é ter a certeza de que o problema terá a solução mais conveniente, mais própria, mais em harmonia, com os altos interesses nacionais.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. António de Almeida: - Sr. Presidente: acerca do artigo 14.º da proposta de Lei de Meios de 1955, a Câmara Corporativa fez considerações valiosas o furam pronunciados nesta. Casa discursos brilhantes, cujo eco se ouviu em todo o Portugal, tomo bem o patenteiam os relatos da imprensa, nomeadamente de O Século, que ao assunto dedicou quatro interessantes artigos de fundo.

De acordo com o mencionado preceito legal, no ano corrente serão inscritas 110 orçamento «verbas destinadas ao desenvolvimento de um programa assistencial às doenças reumatismais e cardiovasculares e a criação e manutenção de centros ou serviços de recuperação e terapêutica ocupacional de paraplégicos, traumatizados e outros doentes».

Tudo o que se faça no sentido da valorização integral do homem merece louvor entusiástico e apoio incondicional. A esta magna questão têm os Governo» de Salazar dado a maior atenção e carinho; e é de inteira justiça relembrar a acção levada a efeito neste sector pel os Ministros do Interior do Estado Novo, mormente o T)r. Mário Pais de Sousa, engenheiro Cancela, de Abreu e coronel Botelho Moniz, e subsecretário de Estado Dr. Dinis da Fonseca, com quem a assistência social, médica e hospitalar no nosso país se estruturou e estendeu enormemente, e que se intensificaria ainda mais com o Dr. Trigo de Negreiros, primeiro como Subsecretário de listado da Assistência Social u depois como Ministro do Interior, agora tão diligentemente coadjuvado pelo Subsecretário de Estado Dr. Melo e Castro.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: desde a assistência medica e hospitalar às crianças e aos adultos, e em especial aos leprosos, aos doentes mentais, aos tuberculosos, etc., quanto digno de encómio não se tem realizado no nosso tempo, quantas centenas de milhares de contos não se despenderam e continuam a despender neste nobre e belo labor! A Leprosaria Rovisco Pais, os hospitais escolares e tantos outros padrões visíveis da obra assistencial portuguesa representam símbolos magníficos da época de engrandecimento material e espiritual em que vivemos.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Mas é evidente que;, tendo-se partido quase do zero neste complexo problema, cuja resolução impõe pesadíssimos encargos, estamos longe de considerar concluída a nossa organização assistencial, pois que, como é próprio da sua essência e o exigem as imperiosas necessidades da vida moderna, não será fácil atingir tão cedo a sua plenitude e perfeição; por isso, é porque Revolução continua, devemos confiar no interesse crescente que o Governo dispensa ao assunto, aguardando serenamente o aparecimento de novos organismos assistenciais a par da melhoria progressiva dos já existentes.

Vozes: - Muito bem!

de pacientes de reumatismo que há na metrópole; a causa dos doentes do coração foi advogada por outro ilustre colega, o Prof. Dr. João Porto, que concluiu por - propor a criação de um instituto nacional de assistência aos cardíacos - sedutora sugestão que um dia virá a ser exemplificada praticamente, assim como outras aspirações, iniciativas e projectos, em estudo ou ideados pelo Governo, logo que o consintam