viticultura, de entre os quais destaco o plantio, se atender aos seguintes factos:

l) Há necessidade de não restringir unicamente a determinadas zonas o condicionamento do plantio e fabrico de vinho;

2) Deve-se ter sempre em vista a defesa dos vinhos de qualidade. Há, por isso, necessidade de atentar no rendimento excessivo de certas vinhas;

3) Que a exportação de vinho deve; ser orientada no sentido da qualidade;

4) Não esquecer que o consumo mundial de vinho é inferior à produção;

5)) Que entre nós a capitação média de vinho mi período de 1947 a 1951 regulou por 100 l e que a capitação da França, país considerado o grande consumidor, regula por 130 l. Temos, portanto, margem para um aumento de consumo interno, mas essa margem nau é ião grande como a muitos se afigura;

Cl Sr. Manuel Vaz: -V. Ex.ª dá-me licença ?

O nível de vida francês não é idêntico ao nível de vida português, e, portanto, essa média seria menor do que os números acusam.

O Orador: - De acordo. Mas, continuando: Que nas medidas a tomar se tenham mais em conta os interesses da pequena lavoura do que os da grande, pois esta última tem mais possibilidades de defesa do que a primeira;

7) Que o Douro, cujas características já foram apontadas, vive. munia situação angustiosa, como tantas vezes se tem afirmado nesta Assembleia.

Sr. Presidente: não me alongo mais sobre tão importante questão. Muito e muito teria ainda a dizer nobre o problema do plantio. Não o faço porque, devido ;à natureza humana, o nosso espírito não se mantém preso ao mesmo assunto, sem se aborrecer. durante muito tempo. E já muito aborreci VV. Ex.as

Não apoiados.

Peço a Deus que ilumine n 'Governo antes de se pronunciar sobre tão graves problemas. Espero que, tendo sempre em vista o interesse nacional, também defenda os interesses dos meios rurais mais desprovidos de possibilidades materiais.

E que Santa Marta, já velha protectora das terras do Douro, inspire o nosso Governo.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Melo Machado: - Gostava que V. Ex.ª me informasse se acha que deve plantar-se mais ou não. V. Ex.ª acha que só deve plantar numas regiões e noutras não?

O Orador: - Nós aqui na Assembleia Nacional damos os elementos ao Governo, damos a nossa opinião, as directrizes, e não entramos em minúcias. Em princípio, não tenho elementos para dizer ao Governo que se devem arrancar as vinhas e que se deve voltar ao tempo de Juno Franco - já não digo ao do marquês de Pombal. Perante as nossas directrizes o Governo resolverá.

O Sr. Melo Machado: - Como V. Ex.ª é do Douro, lenho pena que não possa dizer como tem sido a plantação na região do Douro.

O Orador: - Tenho aqui alguns elementos, que posso ler a V. Ex.ª, relativos todos a 31 de Dezembro dos anos respectivos:

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

A próxima será amanhã, com a mesma ordem do dia da de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 40 minutos.

Srs. Deputados que miraram durante a sessão:

André Francisco Navarro.

António Calheiros Lopes.

Armando Cândido de Medeiros.

Camilo António de Almeida Gama Lemos Mendonça.

Carlos Mantero Belard.

Elísio de Oliveira Alves Pimenta.

João Afonso Cid dos Santos.

João Mendes da Costa Amaral.

Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.

Manuel Maria Múrias Júnior.

D. Maria Leonor Correia Botelho.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Beis.

Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Rui de Andrade.

Sebastião Garcia Ramires.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Amândio Rebelo de Figueiredo.

Antão Santos da Cunha.

António Carlos Borges.

Augusto Duarte Henriques Simões.

João da Assunção da Cunha Valença.

João Carlos de Assis Pereira de Melo.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim de Pinho Brandão.

Jorge Pereira Jardim.

José Maria Pereira Leite de Magalhães e Couto.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.