(ver tabela na imagem)

privilégio, embora sobre eles recaiam avultados direitos em Inglaterra?

O Orador: - Estou convencido, em primeiro lugar, de que tuna das razões do predomínio do vinho do Xerez é estar a acentuar-se no mercado britânico uma tendência bastante forte paru o consumo dos chamados vinhos secos; e, em segundo lugar, as grandes verbas de propaganda que o Governo espanhol está despendendo na Inglaterra.

O Sr. André Navarro: - Agradeço muito a V. Ex.a a sua explicação.

O Orador: - Esta é a explicação que o conhecimento dos factos me autoriza a prestar.

O Sr. Paulo Cancella de Abreu: - Mas se a tendência é para vinhos secos, o vinho da Madeira deve ter boa aceitação em Inglaterra.

O Orador: - Devo dizer que o consumo dos vinhos da Madeira tem realmente aumentado em Inglaterra nestes últimos três anos. Em 1952 a Madeira exportou para Inglaterra 114 000 l, em 1953 133 000 l e em 1954 149 000 l.

Estou convencido de que este aumento de consumo é resultante, em grande parte, da propaganda que si* está fazendo em Inglaterra, subsidiada pelo Fundo de Exportação.

O Sr. Manuel Vaz: -V. Ex.a dá-me licença? V. Ex.a poderia informar-me quais os direitos que o vinho espanhol do Xerez paga em Inglaterra?

O Orador: - Os vinhos do Xerez estão sujeitos, na Inglaterra, às tarifas aduaneiras que recaem sobre os vinhos importados naquele país.

O Sr. Rui de Andrade: - A cultura do Xerez é mais fácil do que a cultura do vinho do Douro.

O Orador: - Num estudo publicado nos nua is do Instituto do Vinho do Porto diz-se que, quanto a preço, não há grande diferença entre o vinho do Porto e o do Xerez. Enquanto, efectivamente, mini pipa de vinho do Porto, encaseado e F. O. B., custava 93 libras, o xerez, nas mesmas condições, em Cádis andava por 90 libras.

O Sr. Paulo Cancella de Abreu: - Os direitos em Inglaterra são incomportáveis; atingem mais de 40 por cento ad valorem, porque ali se consideram os vinhos generosos como artigos de luxo.

O Orador:- Sr. Presidente: um dos aspectos mais insistentemente tratados a propósito da actual crise vinícola foi o da necessidade de intensificarmos a propaganda doa nossos vinhos nos mercados externos.

O problema tem realmente o maior interesse, em virtude das largas somas que outros países vinícolas consagram à propaganda das suas marcas.

Os exportadores de vinhos da Madeira não têm descurado este importante aspecto da sua- actividade, principalmente em face da concorrência dos vinhos espanhóis e do aparecimento de novas marcas de vinhos generosos de tipo semelhante nos mercados internacionais, como sejam, por exemplo, os vinhos da África do Sul, de elevada graduação alcoólica.

É evidente que, dado o elevado custo de uma propaganda bem organizada nos grandes centros consumidores, esta tem de ser subsidiada pelo Estado. É a prática há muito seguida pelas principais países vinícolas europeus, que fazem a propaganda dos seus vinhos em geral, e simultaneamente, das marcas e designações de maior valor e reputação.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quando, em 1940, se criou, pelo Decreto n.º 37 538, o Fundo de Fomento de Exportação teve-se precisamente em vista criar um organismo que, dotado de receitas próprias, pudesse eficazmente contribuir para o desenvolvimento da exportação nacional, através daqueles processos e daqueles meios que, em regimes normais de concorrência e de liberdade económica, são indispensáveis à realização desse