inteiro conhecimento de causa, pois sei que as verbas aplicadas têm sido despendidas de acordo e com a comparticipação dos respectivos exportadores.

A propaganda nos Estados Unidos tem de ser planeada, executada nos meios mais convenientes e através de organizações apropriadas. E esse é o motivo por que se está pondo toda a cautela e todo o cuidado na elaboração do plano respectivo.

Os que se interessam pelo desenvolvi mento da exportação portuguesa não podem, deixar de congratular-se com a tentativa que vai fazer-se para abrir o mercado americano à colocação regular dos nossos vinhos, conservas e outros produtos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -10 000 contos anuais é já, dentro dos nossos recursos, uma verba assaz importante para começar uma campanha de propaganda. E o nosso voto é que ela se inicie, prossiga e traga à economia do País os mais frutuosos resultados.

É evidente que este esforço de propaganda e reclamo tem de ser completado com um esforço sério do comércio, defendendo a boa qualidade dos produtos e evitando o aviltamento de preços, tão ruinoso e nocivo u própria produção.

O Orador: - Exactamente.

O Sr. Teixeira de Sousa: - Eu ainda quero acrescentar um outro ponto, que ontem foi aqui focado: é que a propaganda tem de facto interesse, mas só pode produzir o efeito que nós pretendemos se tiver uma organização comercial adequada a apoiá-la, e não serve de nada fazer a propaganda sem que exista essa organização comercial adequada cá e lá, para efeito da exportação do nosso vinho.

O Orador: - Tanto V. Ex.a como o Sr. Deputado Daniel Barbosa estão exprimindo as suas opiniões, que não abalizadas, pois VV. Ex.as foram: um, vice-presidente da Junta Nacional do Vinho; outro, Ministro da Economia. Estou certo de que tudo se há-de passar no sentido de dar o máximo rendimento.

Admito até que essa verba de 10 000 contos não venha a ser gasta no corrente ano, por não haver tempo de estudar e pôr em prática o plano com todo aquele cuidado e cautela que ele merece; mas estou convencido de que as entidades competentes tomarão em couta todas as sugestões que lhes forem apresentadas pelos organismos competentes, pelos Deputados e por todos os elementos representativos da nossa exportação, no sentido de se poder tirar a máxima eficiência das verbas que vão ser aplicadas.

O Sr. Daniel Barbosa: - Estou convencido de que certos organismos, como a Junta Nacional do Vinho e outros, dispõem de magníficos elementos que possam habilitar quem de direito u gastar com garantia as respectivas verbas.

O Sr. Melo Machado: - Felicito-me por ter provocado uma tão larga discussão, pois ela é de grande importância para a economia do País.

O Orador: - Sr. Presidente: aludiu-se também no debate à perda do nosso mercado do Brasil, para onde tradicionalmente se exportavam quantitativos importantes de vinhos generosos e vinhos comuns.

Dos seguintes dados estatísticos podemos ver qual foi a nossa exportação de vinhos para o Brasil nos anos de 1952, 1953 e 1954 (não incluindo ainda o mês de Dezembro), comparativamente com os anos de 1946 e 1947, que foram os dois anos de maior exportação:

(ver tabela na imagem) Excluídas as quantidades que nalgumas espécies, por insignificantes, estão incluídas na rubrica «Outros países»

b) Não inclui o mês de Dezembro.