Vejamos, para mais incisiva demonstração do que deixo dito, o que se tem passado em matéria de plantação de vinha no País. já no regime do condicionamento.

Tome-se como ponto de partida o ano de 1938, de harmonia com os duelos que aqui requeri e me foram fornecidos polo Ministério da Economia.

Encontra-se o País dividido em sete zonas.

Em todas elas se fizeram reconstituições, transferências e novas plantações.

Não interessa, no problema de momento, referir as áreas de vinha reconstituída ou transferida, porquanto essa nau provocou aumento de produção.

O Sr. Melo Machado: - Eu, que sou estruturalmente contra o plantio, não posso admitir que qualquer pessoa, possa, ser obrigada a explorar uma vinha antieconómicamente. E evidente que essa pessoa deve ter o direito de a arrancar e de a reconstituir.

O Sr. Paulo Cancella de Abreu: - Dá-me licença?

Contra o que V. Ex.a imagina, a reconstituição da vinha traz aumento de produção. E não é pequeno, pois é o que resulta da substituirão da vinha morta ou velha por vinha nova.

O Orador: - Mas isso não é o que influi no aumento geral da produção.

O Sr. Furtado de Mendonça: - Dá-me licença? Ex.a disse há pouco que nos anos de 1943 e 1944 ou 1945 a produção tinha sido de mais 14 000 000 hl, segundo entendi, e que tal produção se tinha escondo; mas julgo que V. Ex.a se esqueceu de considerar que os números desses anos não oferecem o mesmo crédito dos números dos outros anos, porque só trata, de anos de racionamento de sulfato de cobre com base no manifesto.

E assim V. Ex.a partiu do princípio de que se tais produções se escoaram também não podemos recear que produções inferiores como as actuais -que orçam por 11 a 12 milhões- tenham grandes dificuldades de escoamento.

Se assim fosse não haveria motivo para nos considerarmos em crise.

Dar-se-á o caso de V. Ex.a possuir elementos que provem que os números dos anos de racionamento de sulfato são relativamente exactos?

Neste caso o raciocínio de V. Ex.a estaria exacto, embora seja necessário atender a que, tratando-se, então, de anos de guerra, tudo se vendia, até o vinho. Agora talvez não aconteça o mesmo.

O Orador: - Não podemos raciocinar se, na verdade, o sulfato de cobre influenciou para estimular os manifestos; eu também posso raciocinar que nos anos anteriores não se preencheram os manifestos e se produziu mais vinho.

O Sr. Teixeira de Sousa: - Seria muito interessante um inquérito dessa natureza, para sabermos qual a nossa produção.

O Orador: - Eu já vi essa época e não tenho conhecimento de produtores terem aumentado a sua produção por influência dos manifestos.

O Sr. Manuel Vaz: - V. Ex.a acaba, do dizer que não tem conhecimento desses manifestos.

O Orador: - Directamente não tenho.

O Sr. Manuel Vaz: - Eu posso garantir a V. Ex.a que no Norte não se fez outra coisa.

O Orador: - Eu não faço essa injúria aos produtores.

O Sr. Manuel Vaz: - Não era questão do desonestidade, era uma questão de necessidade.

O Orador: - Quanto n aumentos de área, verificando os seguintes números, arredondados:

1.ª zona - compreendendo os distritos de Viana do Castelo, Porto, Draga e os concelhos de Mondim de Basto e Ribeira de Pena, do distrito de Vila Real: 572 ha com 2 600 000 pés;

2.ª zona - compreendendo os distritos de Bragança o Vila Real, menos os concelhos de Ribeira de Pena e Mondim de Rasto, mas abrangendo os do Foz Côa. Meda e Figueira de Castelo Rodrigo, do distrito da Guarda, e os de Resende, Lamego, Armamar, Tabuaço e S. João da Pesqueira, do distrito de Viseu: 14 180 ha com 87 000 000 de pés;

3.ª zona, - compreende os distritos de Viseu e Guarda, menos os concelhos incluídos na área da 2.ª zona: 7141 ha com 37 000 000 de pés;

4.ª zona - distritos de Aveiro e Coimbra: 5307 ha com 32 000 000 de pés;

5.ª zona - compreende só o distrito de Leiria:

7241 ha com 48 500 000 pés;

6.ª zona - distritos do Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro: 11 998 ha com 64 000 000 de pés; 7.ª zona - distritos de Santarém, Castelo Branco

e Portalegre: 10 396 ha com 62 000 000 de pés.

Temos, assim, que se meteram de novo importante aumento de área, cerca de 57 000 ha.

Se a estes inúmeros adicionarmos os que foram metidos como reconstituições e transferências, encontramos as seguintes percentagens:

2.ª zona -4.ª brigada (Régua):

Sem aumento de área ...................... 14,4

3.ª zona - 5.ª brigada (Viseu):

Sem aumento de área ...................... 11,5

4.ª zona - 7.ª brigada (Coimbra):

5.ª zona - 7.ª brigada (Caldas da Rainha):

6.ª zona - 8.º brigada (Lisboa):

7.ª zona - 9.ª brigada (Santarém):

Sem aumento de área ..................... 13,5