cado dos vinhos, sobretudo o dos vinhos comuns e não dos vinhos de élite, ou aristocráticos, pelo que há que produzir vinhos que sejam acessíveis aos orçamenteis n maioria dos agregados familiares.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por quanto deixo exposto, considero:

a) Que não há uma relação de causa e efeito entre o nosso actual condicionamento do plantio da vinha s a crise de preço dos vinhos que ora se verifica;

b) Que o gradual aumento de produção que esse condicionamento permite se mostra ajustado os solicitações do consumo actual e à previsibilidade de consumo no futuro;

c) Que, assim, não se justifica uma intervenção do Estado que contrarie este natural ajustamento entre a produção e o consumo, sobretudo quando essa intervenção seja no sentido de impor sacrifícios a umas regiões em benefício de outras;

d) Que a intervenção do Estado deverá fazer-se, sim, dentro de limites legítimos, no sentido de debelar a queda injustificável dos preços da presente campanha;

e) Para evitar tuna injustificável baixa de preços do vinho no futuro, deverá o Estado fomentar e colaborar na criação de armazenamentos suficientes, por parte da produção, para os excedentes que se verificam nos anos do altas colheitas;

f) O Estado deverá promover o escoamento da produção, quer desembaraçando o consumo interno das peias e entraves que o dificultam, quer fomentando por todos os meios ao seu alcance, incluindo os que no mundo moderno se mostram mais eficazes, a colocação dos nossos vinhos nos mercados externos;

) A satisfação destes objectivos integra-se e importa uma marcha para a frente na organização corporativa da lavoura.

O Sr. Furtado de Mendonça: - Tenho ouvido com muita atenção a exposição de V. Ex.a, embora pudesse discordar de certos pontos de vista.

Há no entanto um ponto de vista que V. Ex.a referiu d com o qual não posso concordar, e que é o de um certo antagonismo entre o Norte e o Sul.

O Orador: - Eu apenas disse que o Ribatejo nunca acusa as outras regiões de serem causa dos seus males e que no Ribatejo não há daquelas fortunas que atingem l milhão de contos.

O Sr. Furtado de Mendonça: - Desejaria que V. Ex.a ficasse com a certeza de que no Norte não há o propósito de antagonismo e que toda esta discussão tem sido posta num pé de harmonia e de coordenação de esforços que não se coaduna com um ponto de vista que pretendesse separar regiões.

O Orador: - Sr. Presidente: chegado às conclusões que deixei apontadas, darei o meu voto a uma moção que sintetize essas conclusões.

Que V. Ex.a me releve, assim como todos os Srs. Deputados, a extensão fastidiosa nesta minha intervenção no debate.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

A próxima será amanhã, com a mesma ordem do dia de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 10 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Américo Cortês Pinto.

António Calheiros Lopes.

António Camacho Teixeira de Sousa.

João Alpoim Borges do Canto.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Maria Múrias Júnior.

D. Maria Leonor Correia Botelho.

Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.

Ricardo Malhou Durão.

Rui de Andrade.

Srs. Deputados que faltaram, à sessão:

Agnelo Ornelas do Rego.

Alberto Cruz.

Antão Santos da Cunha.

António Carlos Borges.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Caetano Maria de Abreu Beirão.

Carlos de Azevedo Mendes.

Carlos Mantero Belard.

Elísio de Oliveira Alves Pimenta.

Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.

Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João Afonso Cid dos Santos.

João Carlos de Assis Pereira de Melo.

João Cerveira Pinto.

Joaquim Mendes do Amaral.

Jorge Pereira Jardim.

José Gualberto de Sá Carneiro.

José dos Santos Bessa.

Luís de Azeredo Pereira.

Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Marques Teixeira.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.

Proposta de lei a que se referiu o Sr. Presidente, no decurso da sessão: O impulso dado pelo Estado às obras de electrificação nacional, em execução disposições da Lei n.º 2002, de 20 de Dezembro de 1944, iniciou-se, como era natural, pela resolução dos problemas relativos à produção e ao transporte de energia eléctrica. Desde logo se lançaram os primeiros empreendimentos hidroeléctricos e se promoveu a construção da rede primária do transporte e interligação a 150 KV.

O acolhimento dispensado pelo País a esta iniciativa, os felizes resultados obtidos pela rápida n perfeita exe-