tacão tão acentuada, tão grande, que grave e irremediavelmente está comprometendo unidos principais objectivos da própria organização em si.

Vozes: - Muito bem!

Só depois poderá haver o mínimo de tranquilidade indispensável para se poderem firmar preços justos do produto; doutra forma, uma concorrência desregrada implicará, desde logo, retraimentos nas compras, visto que nunca se sabe que preço vai ser preciso oferecer para que a venda se efectue.

Vozes: - Muito bem!

Mais ainda: que há que muitas vezes tratar delas separadamente das soluções gerais, visto com frequência dependerem de> ajustamentos, de complementos à legislação vigente, da adaptação da organização que o comanda às actuais circunstâncias.

Por outro lado, porém, mesmo nas suas soluções próprias, os problemas da região demarcada do Douro integram o problema vitivinícola português e, desta forma, não podem viver também em compartimentos estanques, por não poderem fugir a qualquer sacrifício que o interesse nacional imponha, exactamente para que essa região vinhateira tenha o direito de exigir, em benefício próprio, o sã orifício dos outros, sempre que o interesse nacional o justifique de verdade.

Há, sobretudo, que não deixar subjectivar as questões e fugir a querer resolver problemas através de lutas sem sentido entre as diversas regiões vitivinícolas do País.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O que há é que ponderar direitos e analisar criteriosamente razões dentro de uma política que unicamente se oriente pelos mais altos interesses nacionais.

Impõe-se, portanto, definir de uma vez para sempre o movimento corporativo da produção, estabelecendo as suas directrizes gerais, concretizando as condições do seu fomento, sem nos preocuparmos com influências de qualquer espécie, antes dando posição de merecido destaque a todas as nonas ou regiões produtoras que o mereçam e considerando, como é óbvio, devida e criteriosamente, todas as outras actividades ligadas ao vinho.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por isso mesmo, creio que à lavoura Duriense e ao comércio dos vinhos da sua região demarcada não repugnaria a criação da corporação do vinho, como meio, exactamente, de materializar essa política, ou até de uma secção que, porventura, integrasse a corporação da agricultura; mas sempre sob a restrição compreensível de que os organismos que, por força de lei, se devessem integrar nela nunca pudessem ser pela corporação absorvidos.

Quer dizer: de fornia que em perfeita concordância, aliás, com a legislação vigente, se dê à corporação a maior força possível no que toca às suas funções de representação e de informação, ficando, porém, sempre para o Estado as delicadíssimas funções executiva e de arbitragem, sem prejuízo de se deixar aos organismos competentes a disciplina das actividades a elas sujeitas e, particularmente, a fiscalização dessas mesmas actividades.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E já agora. Sr. Presidente. que entrei, para terminar, no campo sempre delicado daquilo «que poderia ser», seja-me lícito fazer umas considerações ligeiríssimas, as quais, mirto embora ousadas, não deixam de se apresentar pertinentes.

Mas não se veja nelas, Sr. Presidente, a parte desagradável de críticas que não contêm, tanto mais que, a contê-las, eu teria de ser um dos primeiros atingidos, mercê de funções governativas que, por mero acaso ocidental da vida. exorei aqui há uns anos atrás.

Os problemas da lavoura, num país que se considera essencialmente agrícola têm de ter, só por si, uma importância especial, dado que todas as questões económico-sociais que lhes são [...] têm uma projecção indiscutível dentro da vida. da riqueza e do equilíbrio nacionais.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Quem sabe, mesmo, se eles não deveriam ter uma função altíssima de formação social e política, dado que nestes dias turbulentos em (pie gastamos a vida tão depressa, e tido tão rapidamente só quer, afinal, fazer, ó salutar de voz em quando atender aos problemas da terra, à magnífica lição dos que nela labutam, para se encontra, um exemplo da calma, da resignação e persistência de que todos, nestes tempos, andamos tão carecidos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mantenho, por mini, firmemente, a certeza daquilo que afirmei, nesta Câmara, ao discutir o Plano de Fomento: que «caminhamos francamente, não para uma economia agrária ou para uma economia industrial, mas sim para aquela economia em que da agricultura e da indústria que há-de tirar todo o proveito que se possa traduzir numa maior riqueza para os portugueses em geral».

Por outro lado, e dentro duma importância que ninguém pode negar-lhe, os seus problemas avolumam-se mercê de circunstâncias internas a que necessitamos