as do ano anterior. Embora houvesse maiores receitas de origem extraordinária do que em 1952, pode dizer-se que a característica fundamental foi o aumento em escudos das receitas ordinárias.

Hão-de ver-se adiante as limitações postas a esta afirmação, quando se estudarem os diversos capítulos orçamentais, porque pode acontecer que o aumento de receitas notado num ou noutro capítulo seja mais aparente do que real e resulte apenas da contabilização de verbas com compensação em despesas, sem efeitos na carga fiscal nem grande interesse na apreciação das coutas públicas e, por consequência, neste relatório.

Por agora pode já dizer-se que o acréscimo nas receitas provém essencialmente dos impostos directos, dos reembolsos e reposições e das consignações de receitas, e sem querer entrar no pormenor, como será feito no respectivo capítulo, é de interesse acrescentar serem os dois últimos capítulos os de menor projecção e significado nas Contas.

No quadro seguinte compar am-se as despesas totais dos últimos anos e relacionam-se com as de 1938, sempre em escudos do ano:

Examinados os coeficientes do aumento em escudos do ano, verifica-se que, para 1938=100, o que corresponde às receitas ordinárias é de 275, sendo o do total, com as extraordinárias, de apenas 255. Se for confrontado o índice de aumento, em escudos de 1953, com o índice do preços relativo a este ano, ainda se nota que até na base dos preços as receitas estão em atraso, o que justifica o que só escreveu acima. Para pagar o total das despesas, costuma recorrer-se a empréstimos, saldo de anos económicos findos, rendimentos de diversa natureza, além fias receitas ordinárias.

O quadro seguinte dá-nos sucintamente a evolução das receitas nos últimos anos, com as diferenças entre eles:

Origem das receitas O saldo da gerência foi de 80 680 contos. Para o produzir, nos termos constitucionais, as receitas e as despesas tiveram a origem e aplicaram-se como se exprime no quadro transcrito adiante:

Um simples olhar mostra logo a enorme diferença entre as receitas e despesas ordinárias - cerca de l 333 000 contos. Quer dizer: para um total de 6 225 000 contos, números redondos, l 333 000 constituem excessos, ou cerca de 21 por cento. Estes excessos destinaram-se ao pagamento de gastos considerados ou classificados como extraordinários, que se elevaram a mais de l 500 000 contos, e foram sensivelmente superiores aos do ano anterior.

A tendência orçamental é para aumento das despesas extraordinárias a liquidar por força de excessos de receitas ordinárias sobre idênticas despesas, ou pelas somas que puderem ser obtidas no orçamento das receitas extraordinárias, quer por empréstimos, quer por outras origens. À verba de 262 169 contos inscrita como receita extraordinária provém quase inteiramente de empréstimos, como se indica 110 quadro seguinte:

Apenas 36 000 contos, números redondos, vieram de outras origens.