Dois pontos de interesse mostram as cifras. Em primeiro lugar, verifica-se grande aumento de transmissões de prédios urbanos em Lisboa - mais 162 000 contos do que no ano anterior. Outra nota importante respeita ao acréscimo de transmissões de prédios rústicos no distrito de Portalegre - mais cerca de 63 000 contos. Também em Setúbal e Braga se verificam aumentos sensíveis.

Os números nos restantes distritos são semelhantes aos dos anos anteriores.

Outros impostos directos As verbas que além dos impostos já apreciados mais avolumam o capítulo dos impostos directos são as relativas a juros de mora de dívidas à Fazenda Pública (11 957 contos) e as do imposto de trânsito (7137 contos). As restantes rubricas já não têm significado.

Algumas estão a extinguir-se, como o imposto sobre lucros excepcionais de guerra, para cuja conta ainda se receberam 267 contos, e o imposto suplementar,

que ainda rendeu alguma coisa. O imposto de rendimento da classe B concorreu com 878 coutos para a receita. Ao examinar o comportamento dos impostos indirectos durante o ano de 1953, a primeira nota que ressalta é a sua baixa apreciável em relação ao ano anterior. A diferença para menos atinge a cifra de 166 000 contos.

Este súbito declínio num imposto que através dos anos tem vindo em progressão crescente, e cujo índice na base de 1930-1931 atingira mais de 300 em 1952, derivou em parte de menores valores nos direitos de importação.

No quadro seguinte, onde se descrevem as rubricas que concorrem para os impostos indirectos, verifica-se que as menores valias se deram sobretudo no comércio externo:

(ver tabela na imagem)

Ao lerem-se os números e ao somarem-se aqueles que dizem respeito a importações e exportações, vê-se que houve diminuição de mais de 200 000 contos nos direitos aduaneiros.

Apenas se regista um ligeiro aumento na receita da importação de cereais, sem efeito perceptível no conjunto. O assunto será mais detidamente visto adiante, ao examinar-se, como é hábito, a actividade económica nacional, no capítulo importante do comércio externo. Os impostos indirectos pesam muito na vida do orçamento, visto concorrerem com cerca de 40 por cento do total das receitas. Vale, pois, a pena indicar sucintamente, por índices, a sua evolução nos últimos vinte anos.

Tomando 1930-1931 como base, ou 100, o quadro seguinte indica ascensão lenta até 1940 e o seu rápido desenvolvimento sobretudo a partir do fim da guerra:

(ver tabela na imagem)

Foi tardia a adaptação das pautas aos novos valores da moeda. Só alguns anos depois da guerra se nota aproximação do índice dos preços. Considerando a quebra monetária e o natural desenvolvimento das relações comerciais com o estrangeiro, parece que as cifras de 1952 se avizinham mais do que seria de esperar das do ano agora sujeito a apreciação. Além do comércio externo, influem nos impostos indirectos o imposto do selo e as estampilhas. Ambas as rubricas revelam apreciável melhoria - acentuada no