Como mostram os números, o aumento mais acentuado deu-se nas despesas ordinárias (cerca de 379 000 coutos num total de 555 000, números redondos). Indicar-se-ão

adiante as causas deste sensível acréscimo. No quadro que segue indicam-se as variações das despesas ordinárias e extraordinárias em números absolutos, a partir de 1938:

Verifica-se ter havido regressão de gastos a seguir a 1948, ano em que as despesas extraordinárias atingiram um máximo devidamente assinalado em pareceres anteriores. A compressão deu-se em 1949, atingindo o conjunto das despesas um mínimo em 1950.

A partir desse ano a expansão foi contínua até ao máximo do ano agora sujeito a exame.

Em todo o caso, ainda as despesas extraordinárias de 1953 são inferiores às de 1948, apesar do volume das receitas ordinárias e da alta diferença entre estas e as despesas ordinárias.

É inevitável maior subida nas despesas ordinárias, porque ainda não foram satisfeitos muitos anseios e necessidades elementares das populações e haver conveniência em alargar a obra político-social exigida pelo progresso moderno. De modo que continua a prevalecer a opinião da necessidade de reforçar as receitas.

Até agora as despesas extraordinárias, liquidadas em grande parte pelos excessos de receitas ordinárias, têm sido o fulcro à roda do qual giram os progressos económico-sociais.

Muitas das despesas extraordinárias são constituídas por verbas que bem poderiam inscrever-se no capítulo as ordinárias, como melhoramentos rurais e outras. Quando isso for feito as diferenças assinaladas no quadro da página anterior serão consideràvelmente reduzidas.

O problema das despesas extraordinárias é este ano complicado pela introdução de um novo processo de financiamento de encargos que, nalguns casos, se inscreviam no orçamento do Estado. Mas este assunto será tratado na respectiva secção. Para dar melhor ideia do conjunto dos dois grandes capítulos orçamentais - os das receitas e despesas ordinárias -, publica-se a seguir o mapa habitual de umas e outras, desde 1938, com os respectivos aumentos ou diminuições:

(Ver tabela na imagem )

Na longa série de anos nota-se o fenómeno de haver quase sempre maiores aumentos nas receitas do que nas despesas.

A partir de 1946 apenas 1948 foge à regra, exactamente o ano que marcou o período eufórico do pós-guerra. Desde 1950 que as diferenças são notáveis; e, apesar do aumento substancial das despesas ordinárias em 1953, ainda se verificou apreciável diferença entre esse aumento e o acréscimo nas receitas, que atingiu mais de 417 000 contos, comparado com o ano anterior.

Em relação a 1938 mantém-se a diferença de 1 milhão de contos para mais no aumento das receitas às despesas - cerca de 3 966 000 e 2 967 000 contos num e noutro caso.

As despesas orçamentadas e pagas Há sempre - em geral para menos - divergência entre o que se orçamentou e pagou dentro do exercício. As diferenças somadas atingem algumas centenas de milhares de contos.

No quadro seguinte mostra-se o que aconteceu em 1953.