começo da última guerra, e a sua significação em termos reais, ano a ano.

Sem querer aprofundar o assunto, quanto mais não seja por não haver elementos- estatísticos em condições de emitir uma opinião quanto à sua natureza, verificou-se não serem pronunciados os acréscimos nos depósitos.

Parece ressaltar das cifras que estes estão em estreita ligação com a balança de pagamentos.

Os dados relativos a 1953 mostram que a balança de pagamentos foi fortemente positiva, com um saldo da ordem dos 2 milhões de contos, muito próximo do saldo excepcional de 1951, que atingiu 2 179 000 contos.

Tão forte saldo positivo na balança de pagamentos traduzir-se-ia no acréscimo da circulação fiduciária, se não houvesse circunstâncias que o impedissem.

Maiores aumentos na circulação foram contrabalançados pelo desenvolvimento das contas de depósitos no banco emissor. A sua soma passou de 7 407 000 contos para 8 636 000 (mais l 229 000). Como o aumento da circulação fiduciária, referido a 31 de Dezembro, atingiu cerca de 300 000 contos, obteve-se assim l 550.000 contos disponíveis para enfrentar o saldo positivo dá balança de pagamentos.

Não se discrimina nos elementos à vista a origem dos depósitos no Banco de Portugal sob a rubrica bancos e banqueiros, mas pode presumir-se que o maior quantitativo pertence aos bancos.

Aliás, pelo exame do desenvolvimento dos depósitos à vista se nota que uma parte importante do saldo da balança de pagamentos avolumou os depósitos dos estabelecimentos bancários. Adiante se discute a possibilidade de parte destes depósitos, pelo menos, poder ser classificada como poupança, e assim susceptível de ser investida em empréstimos a longo prazo. No quadro seguinte dá-se, desde 1946, a súmula da evolução dos depósitos do Tesouro Público e Junta do Crédito Público (Estado), dos depósitos de bancos e banqueiros no banco emissor e a circulação fiduciária:

Nota-se perfeitamente o período de contracção de 1949, traduzido num mínimo de depósitos do Tesouro e na grande diminuição na rubrica «Bancos e banqueiros», que levou à baixa considerável na totalidade dos depósitos e ao ligeiro decréscimo na circulação fiduciária. A modificação operada .na política internacional trouxe melhorias sensíveis nos preços de exportação, levou a saldos positivos da balança de pagamentos, um dos quais - o de 1951 - alcançou, como se pode ver noutro lugar, 2 179 000 contos, e deu origem ao aumento de depósitos no banco emissor, o que, por sua vez, influiu apreciavelmente, travando-os, em maiores desenvolvimentos da circulação fiduciária.

No quadro seguinte indicam-se os principais elementos que caracterizam a evolução da conjuntura:

A contracção dos depósitos no banco emissor começou com o déficit da balança de pagamentos em 1947 e acentuou-se nos dois anos seguintes, ambos de elevados deficits. A ascensão proveio de melhorias na balança de pagamentos que atingiram 5155000 contos nos últimos quatro anos. É de notar que o aumento dos depósitos no banco emissor foi de 5 050 000 contos, números redondos, durante o mesmo período de quatro anos. Na Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência a evolução dos depósitos foi a seguinte, em milhares de contos

Os depósitos à vista aumentaram, no período considerado, perto de l milhão de contos e os depósitos obrigatórios menos de 500 000 contos.

O desenvolvimento dos primeiros acentuou-se nos últimos quatro anos, no período de saldos positivos na balança de pagamentos.

Nos depósitos obrigatórios influem consideravelmente os depósitos das caixas de previdência, de grande mobilidade e que, como se verificará na secção respectiva, são um dos alicerces dos planos de financiamento em vigor.

Poderá à primeira vista ter-se a noção de que todos os depósitos à vista na Caixa Económica representam poupança, dando à palavra o significado habitual. Não é assim, como aliás se explicou já em outros pareceres, visto uma parte ser formada por depósitos do Estado, ou, antes, de diversos organismos do Estado, além de outros sem tais características.

Haveria, pois, que abater as disponibilidades que têm essa origem, assim como a de outras entidades que têm obrigação legal, ou conv eniência, em transaccionar os seus negócios através da Caixa. Todos os anos os relatórios da Caixa dão a súmula do emprego dos seus fundos e a origem dos seus